Antes do meio-dia, o Presidente já tinha falado sobre fogos, SIRESP, Odemira, cuidadores informais e TAP

A quatro dias do final do prazo para levar a cabo a limpeza de terrenos, Marcelo esteve em Caminha a sensibilizar a população para o problema dos fogos florestais.

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Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Daniel Rocha

O Presidente da República fez nesta terça-feira de manhã uma visita à região de Caminha, no âmbito do roteiro “Portugal Próximo” no Minho, para mostrar a sua preocupação com a época de incêndios que se avizinha, mas acabou a comentar vários temas de actualidade. Antes da hora do almoço, já tinha falado sobre Odemira, incêndios, SIRESP, TAP, Groundforce  e cuidadores informais.

“As pessoas estão no meio da pandemia, estão com problemas, com dificuldades económicas e sociais, é natural que tenham outras coisas na cabeça, mas as que puderem têm de estar atentas a este problema”, disse o Presidente da República sobre a limpeza dos terrenos florestais que tem de ser realizada até 31 de Maio.

Depois de referir que nos últimos anos foram dados passos importantes ao nível da preparação da GNR, dos sapadores, dos bombeiros voluntários e sobretudo das populações, que perceberam que têm de começar a fazer prevenção, Marcelo respondeu a perguntas dos jornalistas sobre o diferendo que envolve o SIRESP e mostrou-se satisfeito pelo facto de ter sido encontrada uma saída para garantir que este ano as comunicações de emergência não sejam postas em causa. 

“Independentemente da solução que venha a ser adoptada, este ano não há problema. Há uma solução que permite ganhar tempo para resolver o problema jurídico”, disse o chefe de Estado, para quem o direito é importante quando está ao serviço das pessoas. “Há um problema jurídico, o problema que espere um bocadinho. Estamos em cima do Verão. Daqui a um mês podemos estar perante um problema de fogos florestais”, referiu.

Após encerrar o capítulo sobre incêndios, Marcelo continuou a responder a questões dos jornalistas. Sobre Odemira e os 13 imigrantes que o Governo não tem onde alojar, pouco disse. “Não tenho informação suficiente, posso vir a ter ao longo do dia. Quando tiver, direi.” Porém, não deixou de acrescentar, sobre o problema no seu todo, que “tem de se tirar muitas consequências políticas”.

“Em relação a Odemira, acho que tem de retirar muitas consequências políticas. Tem de se fiscalizar para saber como é por respeito à legalidade, tem de se apurar se há ou não uma situação que convida àquilo que são atuações criminais, tem de se pensar a sério no problema dos imigrantes que estão cá dentro, que trabalham”, referiu. “Isto não pode depender de haver problemas de saúde que chamam à atenção para o facto.”

No tema da TAP e da Groundforce, Marcelo defendeu que os portugueses têm de acompanhar com atenção o que se passa nessa matéria porque se trata de uma “entidade estratégica” para o país, mas também porque “há dinheiros públicos envolvidos”. “Há duas boas razões para os portugueses estarem atentos e permanentemente preocupados”, afirmou.

O Presidente da República revelou ainda que vai ter uma reunião dentro de dias com as várias associações representativas dos cuidadores informais. O tema saltou para a ordem do dia depois de ter sido noticiado pelo Jornal de Notícias que um terço das candidaturas a este regime foi chumbado. “Acho que há muitíssimos mais do que aqueles que ficam registados. É só olhar para as famílias que têm cuidadores informais”, declarou Marcelo.

O chefe de Estado confessou ainda ficar preocupado quando se faz uma lei e no fim aparecem apenas dois ou três mil cuidadores informais. “A lei em si mesma era promissora. Tem de se ver se há algum problema na sua aplicação”, disse. Se for falta de dinheiro ou falta de tempo, assuma-se isso, defendeu o Presidente. “Pode ser uma questão meramente burocrática para estrangular o acesso”, atirou ainda.

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