A LX Factory tem agora um certo Borogodó

Depois de uma curta vida na casa Pau-Brasil, o Borogodó ocupa agora o antigo Café na Fábrica, com a esplanada que deu fama àquele canto da Lx Factory e uma carta que une Portugal e Brasil.

Café da manhã
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,Cozinha vegetariana
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cozinha italiana
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Quem frequenta a Lx Factory há muito se habituou àquela ampla esplanada de boas-vindas, mesmo em frente à entrada do antigo complexo fabril, desde 2008 o mais hipster dos lugares de Lisboa, desde que o cenário industrial passou a acolher restaurantes, bares, livrarias, lojas e espaços de escritórios – um ambiente urbano e cosmopolita por onde habitualmente se cruzam criativos e jovens turistas.

É essa atmosfera que dá à Lx Factory, em Alcântara, um certo borogodó, um je ne sais quoi à brasileira, aponta Carolina Henke, que é o mesmo que dizer que é um daqueles lugares com “uma coisa especial”, algo que se sente mas “não se explica”. E esta esplanada, onde almoçamos entre sol e nuvens, já era “um cantinho super especial”, “no meio da cidade mas protegida no meio do verde”. Só lhe faltava um pouco do borogodó que foi perdendo com o passar dos anos.

E é assim que, com o encerramento da cafetaria Borogodó na casa Pau-Brasil devido à pandemia (tinha nascido no final de Fevereiro de 2020), Carolina Henke decidiu transferir a marca para o antigo Café na Fábrica e expandir o conceito com uma carta de restauração, bar e esplanada que une Portugal e Brasil. Não quer falar de fim do projecto anterior. “Foi fazer a faculdade fora e logo se vê se tenho orgulho nele quando voltar”, atira a empresária, de sorriso largo, proprietária de outros projectos com sede na Lx Factory, como a Brigadeirando, a Salamaria e a Dogs.

“Todos os meus projectos começaram muito mais por paixão e amor do que propriamente para ganhar dinheiro. Eu podia ter ficado com o Café na Fábrica, que dava dinheiro. Mas acho que eu precisava dessa mudança, de lavar um pouco a alma e deixar o Café na Fábrica ir. Foi difícil. É o primeiro bebé, fiquei em Portugal por causa dele, conheci o meu marido aqui.” Mas o projecto “já não brilhava”.

Daí o Borogodó que hoje nos devolve à Lx Factory. A esplanada não está muito diferente, no interior, a decoração deu “só uma repaginada”, com um móvel de múltiplas gavetas a servir de balcão, um néon escarlate, bananas, girafas, plantas e pássaros amarelos a esvoaçar no tecto. “A grande mudança está no menu.” E este acaba por ser um reflexo do percurso de Carolina.

“Já moro aqui há 14 anos. Tenho três filhos portugueses, o meu marido, a minha vida. 98% da minha envolvência é com portugueses”, conta. “Mato o meu pai quando digo isso, mas já me sinto muito mais portuguesa do que brasileira.” A carta, que Carolina criou na cozinha de casa e depois deu à chef do espaço, Pilar Braga, para “fazer magia”, é, por isso, uma mistura das duas culturas.

É o chouriço assado e a farinha de mandioca (6€), a receita de pica-pau feita com maminha (12€), o bacalhau à Brás (6€), o polvo no forno (12€) e a açorda de camarão (11€) mas também o hambúrguer de picanha (9,90€), as tapiocas com queijo coalho ou de carne seca e queijo (6,50€ cada) e o escondidinho de carne seca (também existe uma versão vegetariana, de cogumelos, ambos a 8,50€). “É uma das minhas comidas preferidas do Brasil, adoro, por isso coloquei [na carta]. É muito eu.” Servido numa taça tradicional de barro, é semelhante ao empadão português, feito com puré de mandioca, carne seca e queijo gratinado.

A carta fica completa com pastéis de bacalhau (4€), húmus de beterraba (5€), tábua de queijos (11€), bruschettas (6,50€), perna de frango recheada com farinheira (9€), cuscuz de legumes, tagliatelle com carne seca, curgete e tomate cherry (9,90€) e “saladas no pote” de vidro (10,90€). Ao fim-de-semana, há ainda um menu de brunch, a 15€. E, em breve, umas cestas de piquenique, para lançar a toalha logo ali numa mesa da esplanada ou levar até à praia ou ao jardim.

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