Depois de celebrar Ary, Joaquim Lourenço anuncia A Minha Pátria é a Música Portuguesa

Cantor e actor, Joaquim Lourenço apresenta este domingo ao vivo, em antestreia, um espectáculo que deverá estrear-se em Novembro e dará origem a um disco.

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Joaquim Lourenço DR

Durante mais de uma década, rodou por inúmeros palcos com o espectáculo Ary O Poeta das Canções, criado em 2008 e que em 2017 deu origem a um CD. Agora, concretizando uma ideia antiga, o cantor e actor Joaquim Lourenço resolveu reunir num espectáculo 21 canções do repertório português e vai levá-las à cena com o título A Minha Pátria é a Música Portuguesa, 21 Canções para o Século XXI. A antestreia será este domingo, 9 de Maio, às 21h, no Cineteatro da Chamusca, onde Joaquim Lourenço nasceu, em 1971.

Joaquim Lourenço, que depois de uma juventude a ouvir rock, bossa nova e jazz, acabou por se apaixonar pelo estilo dos crooners sob influência por Frank Sinatra (que ouviu até à exaustão), escolhera Ary porque, como disse então ao PÚBLICO, “tem uma obra ímpar e as suas canções são um repertório extraordinário, lírica, melódica e harmonicamente”. Além disso, os compositores que musicaram os seus poemas também o atraíram: “Eles foram beber muito à canção francesa, especialmente o [Fernando] Tordo, e à grande tradição anglo-saxónica, que era o pop-rock dos anos 1960, mas também os crooners americanos.”

O seu novo espectáculo, mantendo uma abordagem próxima do anterior, é de novo inspirado na experiência que Joaquim Lourenço ganhou em Nova Iorque, com temporadas primeiro na Broadway (começou no Chicago) e depois na Off-Broadway, como cantor e como actor. “Foi aí que nasceu esta ideia, paralelamente aos nossos standards, aos nossos clássicos”, diz agora Joaquim Lourenço ao PÚBLICO. “Mexer nos nossos standards fez com que eu fizesse um levantamento e foi um exercício muito difícil, porque há muita coisa boa. Mas tentei um compromisso entre os grandes textos e as grandes melodias, porque do ponto harmónico mexemos muito nos temas”. Há ainda, diz, outro factor: “A maneira como o tempo os apurou. Há canções que, ao pegar nelas, reconheço-lhes muita actualidade, como se tivessem sido escritas hoje. Outras, o tempo pô-las completamente anacrónicas. Mas às vezes até esse anacronismo é interessante para criar uma narrativa no espectáculo.”

A lista das canções escolhidas, segundo Joaquim Lourenço (entre parêntesis estão os seus intérpretes originais, nalguns casos também os seus autores), é esta: Pedra filosofal (Manuel Freire), E depois do adeus (Paulo de Carvalho), Vejam bem (José Afonso), Gaivota (Amália), Desfolhada (Simone de Oliveira), Estrela da tarde (Carlos do Carmo), Amélia dos olhos doces (Carlos Mendes), Adeus Tristeza (Fernando Tordo), No teu poema (Carlos do Carmo), Lisboa menina e moça (Carlos do Carmo), Mudam-se os tempos (José Mário Branco), Eu vim de longe (José Mário Branco), O primeiro dia (Sérgio Godinho), Queda do Império (Vitorino), Lenda d’El Rei D. Sebastião (Quarteto 1111), Deixa-me rir (Jorge Palma), Porto sentido (Rui Veloso), Estou além (António Variações), Demagogia (Lena d’Água & Atlântida), Sete mares (Sétima Legião), Pronúncia do norte (GNR), Perdidamente (Trovante), Ouvi dizer (Ornatos Violeta) e Para os braços da minha mãe (Pedro Abrunhosa).

Com Joaquim Lourenço (voz) estarão em palco João Guerra Madeira (piano e Fender Rhodes), Daniela de Brito (violoncelo), António Barbosa (violino), Pedro Santos (acordeão e bandoneón), Nanã Sousa Dias (saxofones tenor e soprano), Bruno Mira (guitarra portuguesa), Tiago Ramos (bateria) e Catarina Gonçalves (dança contemporânea). Após esta primeira apresentação, prevê-se que a estreia oficial seja em Novembro de 2021, em Oeiras. O disco resultante do espectáculo deverá ser lançado também até ao final do presente ano.

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