Covid-19. Galiza põe fim a confinamento e levanta recolher obrigatório no domingo

A partir do próximo dia 9 qualquer pessoa pode visitar a Galiza

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Paulo Pimenta

O presidente da Junta da Galiza, Alberto Núñez Feijóo, anunciou hoje o fim do confinamento e do recolher obrigatório naquela região autónoma a partir de domingo, data a partir da qual termina estado de emergência espanhol.

O anúncio do governante espanhol foi feito em conferência de imprensa no final de uma reunião do comité clínico que faz o acompanhamento da situação epidemiológica da covid-19 na região, depois de, na segunda-feira, o vice-presidente daquele organismo ter alertado que, apesar da reabertura das fronteiras terrestres em Portugal, aquela região autónoma espanhola permanece em confinamento, pelo que as deslocações tinham “de ser justificadas”.

“A partir do dia 9, qualquer pessoa de qualquer lugar pode vir à Galiza, sendo de Portugal ou de qualquer outra comunidade”, afirmou Alberto Núñez Feijóo.

No encontro com os jornalistas, o governante esclareceu que “os municípios que se encontrem em risco máximo de transmissão da doença causada pelo SARS-CoV-2 permanecem-se em confinamento municipal e com recolher obrigatório a partir das 23h”.

A Junta da Galiza vai solicitar junto do Tribunal Superior de Justiça da Galiza uma autorização judicial que mediante aprovação será aplicada automaticamente a todos concelho que se encontrem em risco máximo ou seja, com incidências cumulativas de mais de 500 casos por 100.000 habitantes (14 dias) e 250 casos por 100.000 habitantes (7 dias).

Atualmente, existem cinco municípios nesta situação: Padrón, Cambados, Vilanova de Arousa, Cualedro e Laza.

Para os sectores de restauração de hotelaria, Alberto Núñez Feijóo anunciou o alargamento do horário de funcionamento dos bares e cafés para as 23:00 e os restaurantes podem encerrar à 01:00 da manhã.

O presidente da Junta destacou ainda “a proibição de ajuntamentos de pessoas que não pertencem ao mesmo agregado familiar, desde as O1:00 às 06:00.

Neste caso, o Governo galego também necessita de autorização dos tribunais.

O governante galego disse ainda que a “evolução” da pandemia em “centros sociais e de saúde é muito promissora”, tendo anunciado mais medidas no sentido de ser retomada a normalidade de funcionamento destas estruturas.

“As residências para idosos, que não se encontram nos concelhos de nível máximo, estendem as saídas semanais de três para cinco, com a duração de quatro horas cada. Além disso, os utentes poderão passar no mínimo cinco dias com as suas famílias fora do centro. Quando regressarem, terão que se submeter a exames diagnósticos”.

É ainda “permitido o contacto físico, com beijos e abraços”, dentro de parâmetros “razoáveis” durante as visitas, sendo que no final os espaços devem higienizados”.

Feijóo garantiu que todos os lares de idosos estão “livres” de covid-19, “excepto o caso de uma estrutura em Chantada, município da província de Lugo, onde foram registados vários casos assintomáticos que estão sob vigilância”.

No que diz respeito aos centros de dia, os que registem “90% de imunização poderão organizar passeios ao ar livre, acompanhados por funcionários”.

Do lado português, as fronteiras com Espanha estão abertas em todo o território nacional, com controlos móveis feitos pelas forças de segurança para alertar os cidadãos provenientes de países de risco para a obrigatoriedade de quarentena, anunciou no sábado o ministro da Administração Interna.

De acordo com uma notícia de sexta-feira da agência EFE, todas as comunidades autónomas de Espanha, excepto Madrid, Canárias e Baleares, decidiram manter cercas sanitárias, ao nível da comunidade, da província ou do concelho, até 9 de Maio, com vista a a propagação da covid-19.

Na terça-feira, o director do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio Minho disse hoje que as deslocações à Galiza podem ser puníveis com contraordenação por incumprimento das regras impostas na região, que continua em confinamento devido à covid-19.

“A Galiza está confinada em si mesma e quem sair ou entrar sem justificação está sujeito a uma contra-ordenação”, afirmou hoje à agência Lusa, Fernando Nogueira.

Com sede em Valença, o AECT Rio Minho abrange 26 concelhos: os 10 municípios do distrito de Viana do Castelo que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho e os 16 concelhos galegos da província de Pontevedra (Espanha).

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