Deputado do BE Luís Monteiro vai avançar com queixa contra ex-namorada

A troca de acusações entre Catarina Alves e Luís Monteiro aconteceu ao final desta terça-feira, depois de a ex-namorada o ter acusado de violência doméstica. O bloquista negou as acusações, afirmou que foi ele a vítima e esta quarta-feira adiantou que vai apresentar queixa contra a ex-namorada.

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Luís Monteiro, deputado do BE, foi acusado de violência doméstica pela ex-namorada Ana Maia

O deputado do Bloco de Esquerda Luís Monteiro vai apresentar queixa contra a ex-namorada que esta terça-feira o acusou de violência doméstica. “Apresentarei queixa, estou a preparar com a minha advogada os termos em que essa queixa será formulada”, afirma numa resposta enviada ao PÚBLICO.

Em causa estão discussões e episódios já com “alguns anos”, que remontarão a 2015 e que esta terça-feira vieram a público. A denúncia foi feita pela alegada vítima, Catarina Alves, ao início da noite de terça-feira, no Twitter. Na publicação, a ex-namorada do deputado identifica o bloquista como o seu agressor e lamenta não o ter denunciado mais cedo, por receio das consequências. Em resposta ao PÚBLICO, Luís Monteiro negou as acusações e lembrou que o princípio da presunção da inocência deve ser relevado em prol da vítima (e reclamou esse estatuto para si). “É verdade que quase sempre a vítima é uma mulher, mas comigo não foi assim”, disse.

Esta quarta-feira, horas depois do comunicado escrito do deputado, o Bloco de Esquerda quebrou o silêncio sobre a acusação de violência doméstica. Numa nota, o partido afirma que “mantém a mesma posição em todas as circunstâncias”. Ou seja, “a violência é inaceitável, as vítimas devem ser protegidas e o recurso à justiça é a forma de apurar factos e punir abusos”. Ao PÚBLICO, fonte do Bloco de Esquerda diz que Luís Monteiro se manterá como deputado no Parlamento e como candidato autárquico à Câmara de Gaia.

No comunicado, o bloquista garante ter várias testemunhas que presenciaram o que relata e que o apoiaram em vários momentos. Sob a condição de anonimato por alegados receios de retaliações, uma amiga de Luís Monteiro corrobora as afirmações do deputado e diz ter presenciado alguns comportamentos tóxicos e abusivos por parte da alegada vítima. A mesma fonte explica que foi “um relacionamento curto” e que a queixa de Luís Monteiro nunca terá avançado por “medo de represálias nas redes sociais”. A fonte diz ainda que tem conhecimento de outros episódios de violência em relacionamentos, com Catarina Alves como agressora.

Ao final da tarde, Francisco Pacheco, que terá tido uma relação entre Agosto de 2018 e Abril de 2020 com Catarina Alves, deu um nome a esses relatos e afirmou que foi “vítima de abuso físico e psicológico” e “alvo constante de chantagem emocional” por parte de Catarina Alves. Francisco Pacheco afirma que sabe “por testemunho directo da Catarina, bem como testemunho dos visados, que ela reproduziu estes comportamentos em relacionamentos prévios”.

Ao PÚBLICO, Catarina Alves já tinha explicado que tem transtorno de personalidade borderline diagnosticado (que se caracteriza por oscilações de humor e impulsividade) ainda que tratado e acompanhado, e alega que tardou a queixar-se por causa disso. “Estava extremamente deprimida, pensei que todos iam falar da minha doença mental e temi não aguentar e tirar a minha própria vida. Já não tenho esse medo e já não tenho medo da narrativa que o Luís Monteiro e os seus assessores possam criar. Já não acho que vá morrer por contar a verdade”, conclui.

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