Investigadores de Coimbra criam aplicação para medir volume de diversas árvores

“A partir do tratamento digital de imagens das árvores”, a nova ferramenta tecnológica que pode ser descarregada num telemóvel ou tablet permite “efectuar o cálculo do volume” das árvores, tratando-se “um método não destrutivo”.

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Os resultados da primeira fase experimental do projecto foram publicados na revista científica Symmetry Nelson Garrido

Uma equipa de investigadores desenvolveu uma aplicação para telemóvel que permite calcular o volume do tronco de diversas árvores, anunciou esta segunda-feira a Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC). “A partir do tratamento digital de imagens das árvores”, a nova ferramenta tecnológica permite “efectuar o cálculo do volume” das árvores, afirma em comunicado a ESAC, explicando que se trata de “um método não destrutivo”.

Por outro lado, o procedimento “não exige a utilização de equipamento de medição especializado e é expedito, já que permite rapidamente a obtenção da estimativa do volume” das espécies. A aplicação, “ainda numa fase experimental”, foi criada por uma equipa interdisciplinar da cidade liderada pelos docentes Raúl Salas-González, da ESAC, e Mateus Mendes, do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), dois estabelecimentos que integram o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC).

Com este trabalho, eles pretendem “contornar as limitações associadas aos métodos tradicionais de inventário florestal, que implicam um conhecimento especializado, a utilização de instrumentos específicos e a realização de um extenso trabalho de campo, tornando-os muito onerosos e levando a uma baixa taxa de utilização prática”. No desenvolvimento da aplicação, “que pode ser descarregada num telemóvel ou num tablet”, participaram ainda Beatriz Fidalgo (ESAC), João Coelho (ISEC) e Paulo Coimbra e Manuel Crisóstomo, do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Universidade de Coimbra.

“Esta solução vem dar resposta a um problema prático, que assume ainda maior relevância se tivermos em conta que a maioria da área florestal em Portugal está na posse de pequenos proprietários privados, os quais estimam frequentemente de forma visual o volume em pé dos seus povoamentos, sem efectuar quaisquer medições das árvores, conduzindo evidentemente a uma menor precisão da estimativa do volume que irão comercializar”, salientam.

Com o trabalho desenvolvido até ao momento, já é possível “estimar o volume em pé de povoamentos reais de pinheiro larício (Pinus nigra), com erros na estimativa do volume comparáveis aos que se verificam nos métodos tradicionais de medição”.

A equipa vai “continuar a desenvolver e aperfeiçoar o software e a metodologia, assim como estender a sua utilização a outras espécies com interesse florestal”, acrescenta a ESAC na nota. Os resultados da primeira fase experimental do projecto foram publicados na revista científica Symmetry.

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