Violência marca manifestações do 1.º de Maio em Paris e Lyon

Confrontos entre manifestantes e forças da autoridade no Dia do Trabalhador. Na capital francesa, 34 pessoas foram detidas e em Lyon 27 polícias ficaram feridos.

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Um manifestante desafia as autoridades na manifestação de 1.º de Maio em Paris CHRISTOPHE PETIT TESSON/EPA
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Milhares de pessoas saíram à rua em França para celebrar o 1.º de Maio e protestar contra a gestão da pandemia pelo Governo de Emmanuel Macron, num dia que acabou por ficar marcado pela violência e pelos confrontos com a polícia. Em Paris, 34 manifestantes foram detidos e, em Lyon, 27 agentes da autoridade ficaram feridos.

Na capital francesa, os manifestantes foram recebidos por um grande aparato policial. Pelo menos dois mil polícias de choque e militares foram destacados para o Dia do Trabalhador, com mais cerca de três mil efectivos que se foram colocando entre a Praça da República e ao longo da Boulevard Voltaire para garantir a segurança do evento, a primeira grande manifestação em Paris desde o início da pandemia da covid-19.

“É uma manifestação de polícias ou do povo?”, gritou um manifestante, quando os confrontos começaram entre as forças de ordem e os milhares de parisienses que acorreram à manifestação. Também Lila, reformada de 68 anos e que participa na manifestação do 1.º de Maio há mais de 30 anos não compreendia o reforço de segurança.

“Desde há dois anos, as manifestações são violentas em França. Agora, estamos aqui todos parados. Há muito mais polícias do que antes, a manifestação da CGT [central sindical] só tinha alguns polícias para acompanhar o cortejo. Mas é horrível, eles até se infiltram nas manifestações”, comentou, em declarações à agência Lusa, declarando que o aparato policial vai “contra a liberdade de manifestação”.

A CGT registou, em todo o território francês, quase 300 manifestações de 1.º de Maio, mas a violência parece ter-se concentrado em Paris e Lyon. Na capital, a maior parte dos confrontos ocorreu à frente do grosso dos manifestantes organizados pelos sindicatos, com vários jovens encapuzados a infiltrarem-se e a causarem os primeiros distúrbios. Vários objectos foram arremessados, com a polícia a responder com gás lacrimogéneo, forçando várias paragens na manifestação.

Em Lyon, onde 3 mil pessoas se manifestaram à chuva, houve confrontos entre a polícia e um grupo de 200 radicais, que chegou a usar morteiros contra as forças de segurança. Entre polícias de choque e gendarmes, foram registados 27 feridos.

A tensão fez-se também sentir em Marselha, onde 3500 pessoas saíram à rua, bem como em Rennes e Nantes, mas sem a violência de Paris e Lyon. Ao todo, saíram às ruas francesas entre 106 mil e 150 mil pessoas, de acordo com números das autoridades e dos sindicatos, respectivamente.

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