Arqueólogos descobriram no delta do Nilo 110 túmulos do Antigo Egipto

As sepulturas mais antigas contam mais de cinco mil anos.

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Depois do espectacular desfile da trasladação dos sarcófagos de vários faraós para o novo Museu Nacional da Civilização Egípcia e da descoberta de uma cidade com mais de 3000 anos em Luxor, este é mais um achado a acrescentar ao portfolio deste país, e desta civilização, como capital principal da curiosidade pelos mistérios da Antiguidade: um conjunto de 110 túmulos, que remontam ao tempo do Antigo Egipto, foi descoberto no campo arqueológico de Kom al-Khaljan, no delta do Nilo.

A notícia foi avançada esta quarta-feira pelo Conselho Supremo de Antiguidades do país, e divulgada por vários órgãos de comunicação. No decorrer de uma missão arqueológica dirigida por Sayed Al-Talhaw, na província de Daqhliya, a norte do Cairo, os investigadores localizaram e puseram a descoberto três conjuntos de sítios funerários de outros tantos períodos da história do Egipto, a maioria dos quais pré-dinásticos, relativos a mais de 3000 anos antes de Cristo.

Segundo a nota do Conselho, as descobertas dizem respeito aos tempos da Civilização do Baixo Egipto, quando a capital era a cidade de Bhutto (3100 a.C.); à Civilização de Naqada III (3200 a 3000 a.C.); e ao período dos hicsos (entre 1700 e 1500 a.C.).

“Esta descoberta é uma importante porta de entrada histórica e arqueológica neste sítio”, disse Mustafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidade, citado no comunicado. Referia-se aos 68 túmulos encontrados e relativos ao tempo do Baixo Egipto; aos cinco que datam da civilização de Naqada; e aos 37 “mais recentes”, do tempo dos hicsos. A missão vai continuar, o que significa que os arqueólogos, e todos os interessados na história da Antiguidade egípcia, têm certamente razões para se manter atentos às próximas revelações.

Entre aquelas de que agora nos foi dada notícia, avultam as circunstâncias dos enterramentos encontrados: há restos mortais de pessoas sepultadas na posição fetal, em túmulos com forma oval, outras com o corpo estendido; e até crianças e bebés “guardados” em recipientes de cerâmica.

Nadja Khader, chefe do Departamento Central do Baixo Egipto no Conselho Supremo de Antiguidades, explica que, entre os 37 túmulos do tempo dos hicsos, 31 têm a forma de poços semi-rectangulares, com profundidades que variam entre os 20 e os 85 centímetros. Nestes, tal como na maioria das situações, as cabeças defuntas repousam viradas para oeste.

Duas situações particularmente documentadas foram a dos restos mortais de um bebé sepultado dentro de um vaso de cerâmica, do período de Bhutto, e a de um cemitério para crianças, do período dos hicsos, onde foram também encontrados, junto dos restos mortais, artefactos funerários, como vasos de cerâmica e anéis de prata.

A missão arqueológica encontrou ainda uma colecção de fornos, lareiras e restos de edificações em tijolo, além de louças, amuletos e brincos, alguns dos quais enfeitados com pedras semipreciosas.

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