Rui Rio critica inacção dos elementos da GNR face a agressão a jornalista da TVI

A agressão por parte de um empresário que acompanhava a comitiva do FC Porto foi presenciada por pelo menos um militar da GNR. Rui Rio condenou a passividade desta força de segurança. Em reacção, a GNR informou esta quarta-feira que abriu um inquérito à acção dos militares.

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Rui Rio pede que se averigue a acção da GNR LUSA/TIAGO PETINGA

O líder do PSD, Rui Rio, criticou a “inacção” dos elementos da GNR perante a agressão de um repórter de imagem da TVI pelo agente Pedro Pinho, empresário de futebol, com ligações conhecidas aos portistas. A agressão aconteceu no final do jogo entre o Moreirense e o FC Porto, na segunda-feira. Para Rui Rio, que partilha o relato dado na notícia da TVI, a atitude da GNR “é intolerável” e “exige um processo de averiguações”.

Ver um bandalho a agredir um cidadão e não interferir de imediato para o evitar —​ agravado com o facto de se tratar de um crime público —​ exige um processo de averiguações. Tem de haver ordem!”, escreve Rui Rio no Twitter. O social-democrata e antigo autarca do Porto foi, até agora, o único político a intervir publicamente sobre o assunto. 

Em resposta à TVI, a GNR diz que o militar a quem o repórter de imagem pediu ajuda “não presenciou as agressões”, mas que “rapidamente tentou “acalmar os ânimos” dos intervenientes, quando se apercebeu do “pedido de auxílio”.

Já esta quarta-feira, a GNR informa em comunicado que “atendendo às várias dúvidas levantadas no espaço público, colocando em causa a actuação da Guarda” e em nome da “transparência e rigor” foi determinada a abertura de um processo de inquérito aos militares que testemunharam a agressão.

No mesmo comunicado enviado ao PÚBLICO, a GNR explica que “a actuação da Guarda surgiu na sequência de um pedido de auxílio por parte de um operador de câmara” da TVI, tendo sido identificados “os intervenientes na situação e os factos sido remetidos para o Tribunal Judicial de Guimarães”.

Ministro da Educação pede “consequências"

Pelo Governo, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que tutela a Secretaria de Estado do Desporto, considerou a agressão ao jornalista “altamente condenável” e “absolutamente reprovável”. “Qualquer tipo de agressão tem a nossa condenação, seja ela verbal, física, de qualquer natureza. Obviamente que sendo um jornalista toma outra figura. É um crime público que deve ser punível e em termos disciplinares, contra-ordenacionais e de justiça. Terá de haver uma actuação inequívoca para que nunca mais volte a acontecer algo desta natureza, seja num recinto desportivo e nas suas imediações”, declarou. O Ministério da Administração Interna não se pronunciou.

Nos últimos dias, vários internautas questionam ainda a presença do empresário no local do jogo, tendo em conta que os estádios continuam fechados ao público. Também sobre esta questão, Tiago Brandão Rodrigues confirmou que o empresário Pedro Pinho esteve dentro do estádio. “É preciso entender quem é esta pessoa, e por que ali estava, e ser absolutamente taxativo nas consequências”, concluiu o governante. A direcção do Moreirense já fez saber que cedeu a Pedro Pinho um convite por este solicitado.

Em comunicado, a direcção de informação da TVI diz repudiar “veementemente a agressão que o seu repórter de imagem Francisco Ferreira sofreu” depois do jogo entre o Moreirense e o FC Porto, tendo “como protagonista o empresário de futebol Pedro Pinho”.

Nesta terça-feira, a Procuradoria-Geral da República abriu um inquérito para apurar os factos relativamente às agressões.

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