FBI faz buscas no apartamento de Rudolph Giuliani

Antigo advogado de Donald Trump está a ser investigado por causa da campanha de pressão sobre a Ucrânia para prejudicar adversários políticos do ex-Presidente dos EUA.

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Giuliani foi advogado pessoal do ex-Presidente dos EUA até Janeiro Mike Segar

Os investigadores do Departamento de Justiça norte-americano fizeram buscas, esta quarta-feira, no apartamento de Rudolph Giuliani, o antigo presidente da câmara de Nova Iorque que foi advogado pessoal do ex-Presidente dos EUA Donald Trump até Janeiro.

Giuliani está a ser investigado, desde finais de 2019, por suspeitas de ter cometido várias ilegalidades no período em que esteve ligado a uma campanha de pressão sobre governantes da Ucrânia – primeiro como conselheiro de Trump, e depois como advogado pessoal do então Presidente dos EUA.

De acordo com os media norte-americanos, a investigação do Departamento de Justiça assenta na convicção de que Giuliani agiu como uma espécie de agente duplo, entre 2019 e 2020. Ao mesmo tempo que coordenava uma campanha de pressão para que o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, anunciasse a abertura de investigações criminais contra adversários políticos de Trump, convenceu o então Presidente dos EUA a despedir a embaixadora norte-americana em Kiev em benefício de empresários ucranianos corruptos.

O despedimento da embaixadora norte-americana Marie Iovanovitch, em Maio de 2019, e a pressão sobre Zelenski para o anúncio da abertura de uma investigação contra Hunter Biden (filho do actual Presidente dos EUA, Joe Biden) foram dois dos principais motivos para a aprovação do primeiro processo de impeachment de Trump na Câmara dos Representantes, em Dezembro de 2019.

Segundo o jornal New York Times, os investigadores do Departamento de Justiça apreenderam aparelhos electrónicos no apartamento de Giuliani, em Manhattan.

O mandado de busca foi preparado pelo gabinete de Nova Iorque do Ministério Público norte-americano em 2019, mas o processo foi sendo travado pelo então procurador-geral, William Barr, que foi nomeado pelo Presidente Trump em 2018 e anunciou a sua saída em Dezembro passado, logo após a confirmação da vitória de Biden na eleição presidencial pelo Colégio Eleitoral.

Os pedidos de mandados de busca são feitos a um juiz, mas no caso de o alvo ser um advogado, os investigadores têm de procurar a aprovação do Departamento de Justiça. 

Depois da tomada de posse de Joe Biden, em Janeiro, e da nomeação de Merrick Garland como procurador-geral, o Departamento de Justiça deixou cair a sua oposição ao mandado de busca. 

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