Marcelo e o problema das vistas curtas

Como nos lembrou o Presidente, o presente deve ser filho de um passado total, sem complexos, de modo que o futuro tenha apenas por limite a natural imperfeição humana.

Marcelo Rebelo de Sousa terá feito se não o melhor, ao menos dos melhores discursos que já lhe ouvi. Não se enleou na espuma dos dias e no tempo consumido avidamente (Byung-Chul Han, O aroma do tempo) e fez um exercício de afastamento e de verdadeiro corte epistemológico (Bachelard). Pôs o dedo na ferida. Numa ferida que vai medrando e tendo cíclicas aparições públicas, como no “caso das estátuas” ou do Padrão dos Descobrimentos. Filho de ministro em ditadura, constituinte em período ainda revolucionário, o PR é uma das várias pessoas que contêm em si as contradições singulares da transição democrática portuguesa.

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