Retratos de uma Irlanda confinada – 1918

Irlanda, fome, violência sobre as mulheres, domínio perverso da Igreja, um país dividido entre nacionalistas e apoiantes de Inglaterra. E uma pandemia a exacerbar os ódios e as divergências.

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Uma jovem mulher sai de casa em direcção ao trabalho. É cedo, as ruas estão quase desertas nesse início do Outono. Pedala na bicicleta que deixa no lugar do costume e apanha depois um eléctrico apinhado que a levará ao seu destino, um hospital em ruptura, caótico e sobrelotado, onde é enfermeira. Chama-se Julia Power, está prestes a fazer 30 anos e a cidade é Dublin, 1918. Fala-se já do fim da terrível guerra que matou milhões de jovens mas um outro perigo, tão mortífero como o conflito, abate-se sobre a população, esgotada, exausta pela fome, pela falta de quase tudo. A gripe espanhola provocada pela influenza vírus H1 N1, está, desde o início desse ano, a dizimar populações em todo o mundo. (Estima-se que infectou 500 milhões de pessoas e matou entre 15 a 50 milhões).

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