Investigadores do Reino Unido encontram dois gatos infectados pelos donos com o novo coronavírus

Está longe de ser uma preocupação para a saúde pública, mas os investigadores de Glasgow avisam que é importante “melhorarmos a nossa compreensão da infecção por Sars-CoV-2 em animais”.

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Andre Rodrigues

Investigadores da Universidade de Glasgow conseguiram correlacionar dois casos de transmissão do novo coronavírus de seres humanos para gatos.

Os animais de companhia, de raças diferentes, viviam com os donos, que terão sido infectados com o Sars-Cov-2, e desenvolveram sintomas relacionados com a covid-19 antes de os gatos também ficarem doentes.

O estudo foi publicado na Veterinary Record, revista médica popular entre a Associação Veterinária Britânica, e frisa que não existem provas de transmissão do vírus de gatos, cães ou outros animais domésticos para humanos. Até agora, estes animais não têm qualquer papel apreciável na epidemiologia das infecções humanas.

Margaret Hosie, principal autora do estudo, disse: “Actualmente, a transmissão de animal para humano representa um risco relativamente baixo para a saúde pública em áreas onde a transmissão de humano para humano permanece elevada. No entanto, à medida que os casos humanos diminuam, a perspectiva de transmissão entre animais tornar-se-á cada vez mais importante como fonte potencial da reintrodução de Sars-CoV-2 no ser humano.”

É por isto que os cientistas continuam a tentar compreender melhor a infecção por Sars-CoV-2 em animais, inclusive perceber se os animais expostos podem desempenhar algum papel na transmissão. Os cientistas acreditam que os dois casos encontrados na população felina no Reino Unido não representam a verdadeira frequência de transmissão de humano para animal, uma vez que os testes em animais são limitados.

Os casos remontam a 2020. O primeiro é uma gata ragdoll, de quatro meses de idade, que vive numa casa onde o proprietário desenvolveu sintomas consistentes com a infecção por Sars-CoV-2, no final de Março de 2020. Nenhum dos dois foi testado, mas a gata bebé continuou com sintomas e chegou ao veterinário com dificuldades respiratórias, em Abril de 2020. O seu estado deteriorou-se e teve de ser eutanasiada. Amostras de pulmão post mortem revelaram danos consistentes com uma pneumonia viral e havia provas de infecção por Sars-CoV-2, relata o estudo.

No segundo caso, uma gata siamesa de seis anos, o tutor tinha um teste positivo para o novo coronavírus e a gata foi levada ao veterinário com corrimento nasal e conjuntivite. Os sintomas permaneceram suaves e o gato recuperou.

No último ano, tem havido relatos esporádicos de transmissão de tutores para animais de companhia, bem como de tratadores para animais em cativeiro e humanos para martas.

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