Comissão do Novo Banco: Luís Filipe Vieira tem uma consulta, Nuno Vasconcellos sem morada conhecida

Moradas desconhecidas, consultas que adiam idas ao Parlamento e fugas às notificações. Fernando Negrão deu conta das dificuldades em levar a depoimento Nuno Vasconcellos, Luís Filipe Vieira e António Barão.

Foto
Rui Gaudencio

O presidente da comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco deu conta, esta quinta-feira, das dificuldades em agendar os depoimentos de grandes devedores da instituição financeira, bem como do intermediário de uma venda relevante de imóveis do banco. 

Luís Filipe Vieira, da Promovalor que foi responsável por perdas de 225 milhões de euros do Novo Banco entre 2014 e 2018, pediu o adiamento da ida ao Parlamento, por ter uma “consulta”, informou Fernando Negrão no início dos trabalhos. 

Além disso, os serviços da Assembleia não conseguiram obter a morada de outros dois grandes devedores: Nuno Vasconcellos, da Ongoing, que deixou uma dívida de 600 milhões de euros, e João Gama Leão, do Grupo Prebuild responsável por uma dívida de 334 milhões de euros. Negrão disse saber-se que ambos vivem no Brasil, mas a morada concreta onde possam ser contactados não é conhecida. E pediu aos deputados que, caso tenham alguma informação sobre este aspecto, a façam chegar.

O presidente da comissão parlamentar de inquérito disse ainda que não foi possível ter resposta de António Barão, intermediário na venda de pacotes relevantes de imóveis do Novo Banco, descrevendo as diligências que têm sido feitas para o contactar e afirmando que "é notório que [António Barão] está a querer fugir à notificação”. 

Negrão afirmou, por outro lado, que Bernardo Moniz da Maia, do grupo Moniz da Maia, outro dos devedores, tem audiência marcada para 30 de Abril. A audição de Nuno Gaioso Ribeiro, fundador da C2 Ventures deverá ver o seu depoimento recalendarizado para 27 de Abril. 

No final de 2019, o Novo Banco tinha uma exposição de 3,11 mil milhões de euros a grandes devedores.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários