Isabel II celebra os 95 anos numa semana marcada pelo luto

Tal como há um ano, não há celebrações, mas por diferentes motivos. A monarca britânica completa 95 anos, quatro dias depois de se ter despedido do marido que a acompanhou ao longo de 73 anos.

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Reuters/POOL

Não será o aniversário que a rainha recordará pelos melhores motivos, já que há apenas quatro dias teve de enfrentar o funeral do príncipe Filipe, que morreu no dia 9 de Abril, aos 99 anos. Há um ano, também não houve lugar para festejos, já que a data foi passada em confinamento por causa do surto de covid-19.

A monarca viva que acumula mais anos de reinado no mundo — e quase a ultrapassar os que detêm o recorde: Luís XIV de França (72), João II de Liechtenstein (71) e Bhumibol Adulyadej da Tailândia (70) — completa, nesta quarta-feira, 95 anos, e usou o dia do seu aniversário para quebrar o silêncio e manifestar o quão sensibilizada ficou por todas as homenagens prestadas em memória do marido, o duque de Edimburgo. “Enquanto família, a atravessarmos um período de grande tristeza, tem sido um conforto ver e ouvir as homenagens ao meu marido, por aqueles dentro do Reino Unido, da Commonwealth e de todo o mundo”, escreveu a rainha. E continuou: “A minha família e eu gostaríamos de vos agradecer, a todos, pelo apoio e gentileza demonstrados nos últimos dias. Ficámos profundamente sensibilizados e continuamos a ser recordados do facto de Filipe ter tido um impacto tão extraordinário em inúmeras pessoas ao longo da sua vida.”

A mensagem de agradecimento da monarca, explicou o arcebispo da Cantuária, Justin Welby, à Reuters, vai ao encontro da sua forma altruísta de ser. “Não age como ‘Eu’ sou a pessoa mais importante na sala, mas como ‘preocupo-me mais com as outras pessoas do que comigo’.” Acrescentando: “É uma pessoa extraordinária.” O arcebispo sublinha que, no funeral de sábado, “sua majestade estava, como sempre, mais preocupada com as outras pessoas”.

A imprensa britânica sugeriu que alguns membros da família visitariam a rainha nos próximos dias, para garantir que a monarca não será deixada sozinha nesta delicada fase do luto, mas um porta-voz do Palácio de Buckingham recusou-se a comentar, dizendo que todos os assuntos familiares após o funeral serão privados.

Isabel nasceu, em 1926, sem que ninguém pensasse que um dia se tornaria rainha. Na época, o trono era ocupado pelo avô Jorge V, a quem sucederia o tio Eduardo VIII. Porém, alguns meses após celebrar o seu décimo aniversário, em Dezembro de 1936, o tio abdicou para se casar com a divorciada norte-americana Wallis Simpson, e o trono foi ocupado pelo irmão deste, Jorge VI, colocando a pequena Isabel na linha de sucessão directa. A jovem ascendeu ao trono em 1952, aos 25 anos, tendo ultrapassado, em 2015, a rainha Vitória (sua tetravó) em tempo de reinado.

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