Moedas reage a suspeita de corrupção na Câmara de Lisboa: “Não é só o caso Sócrates que corrói a democracia”

O candidato Carlos Moedas recuperou as declarações de Fernando Medina sobre José Sócrates para responder às suspeitas de corrupção na câmara do autarca.

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O candidato social-democrata usou as palavras de Fernando Medina para criticar actuação do autarca do PS Nuno Ferreira Santos

Foi com um recado a Fernando Medina e com uma referência ao caso Sócrates que o candidato social-democrata à Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, reagiu às buscas feitas esta terça-feira pela Polícia Judiciária no departamento de Urbanismo da Câmara de Lisboa. O candidato autárquico e rival de Fernando Medina lembrou as palavras do autarca de Lisboa sobre José Sócrates e atira que “não são apenas os comportamentos do ex-primeiro-ministro José Sócrates que corroem o funcionamento da democracia”.

Numa alusão às declarações de Fernando Medina sobre os actos de José Sócrates “correrem a vida democrática", Carlos Moedas argumenta que “não são apenas os comportamentos do ex-primeiro-ministro que corroem o funcionamento da democracia" e sublinha que “a suspeita em volta da actuação política” na Câmara de Lisboa também traz consequências.

As buscas, no entanto, não surpreendem o candidato. Para Carlos Moedas, “há vários anos” que alguns casos de gestão urbanística têm “vindo a levantar suspeitas”, com base num sistema “pouco transparente” e “com base em favores e amiguismos”, acusa.

No mesmo comunicado, o candidato autárquico acrescenta ainda que enquanto o processo de investigação decorrer irá pairar “uma sombra” sobre todos os “actos quotidianos da maior relevância e centenas de funcionários municipais”, que, diz no comunicado enviado às redacções, “ficarão fortemente desmotivados no exercício das suas funções”.

Consequentemente, Carlos Moedas antecipa que também “​os munícipes, particulares ou empresas, serão vítimas do ambiente de suspeição e receio que se instalará”. “Estas dúvidas minam a confiança dos cidadãos e dificultam as mudanças necessárias de comportamento e cultura política”, lamenta o candidato.

O candidato compromete-se, por isso, a combater “a cultura de irresponsabilidade política” que “corrói o funcionamento” da vida democrática à “custa do interesse público”, ora em benefício próprio ora em benefício dos seus próximos.

Nas buscas realizadas esta terça-feira, a Polícia Judiciária esteve a analisar documentos relativos à Segunda Circular, à Torre de Picoas, ao Hospital da Luz, à reabilitação do Miradouro de São Pedro de Alcântara e à chamada Operação Integrada de Entrecampos, que abrange os terrenos da antiga Feira Popular, entre outros. O ex-vereador do Urbanismo Manuel Salgado é uma figura central em todos estes processos e já foi constituído arguido num inquérito relacionado com a aprovação do Hospital CUF Tejo, em Alcântara. 

Esta tarde, Fernando Medina declarou-se “tranquilo" com tido o que conhece e sobre o qual tem poder de decisão. “A instituição que está mais interessada num cabal esclarecimento é a câmara”, garantiu.

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