Federações da UEFA condenam Superliga: “Somos o futebol europeu. Eles não são”

Congresso do organismo salienta que a nova competição “vai contra o conceito do que é ser europeu”.

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LUSA/Paul Murphy / UEFA HANDOUT

As 55 federações-membro e participantes no Congresso da UEFA condenaram nesta terça-feira a criação da Superliga europeia, considerando-a contrária ao “conceito do que é ser europeu”, reiterando-se defensoras da modalidade no continente, ao contrário dos “clubes conspiradores”.

“A UEFA, as suas federações-membro e todos aqueles que amam o futebol estão firmes e irão resistir fortemente e lutar contra esta medida dos proprietários destes clubes e dos seus apoiantes, tanto quanto possível. Sabemos, moralmente, o que está em jogo e protegeremos o futebol de um grupo de egoístas que não se importa com o jogo. Somos o futebol europeu. Eles não são”, lê-se na declaração do congresso do organismo que rege a modalidade na Europa.

No domingo, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram a criação da Superliga europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.

Em resposta, nesta terça-feira, após uma reunião, “as 55 federações-membro e participantes no Congresso da UEFA condenam” esta iniciativa. “O Congresso da UEFA está fortemente convicto de que esta Superliga fechada vai contra o próprio conceito do que é ser europeu: unificado, aberto, solidário e baseado nos valores desportivos. A UEFA e as suas federações-membro acreditam num modelo verdadeiramente europeu que se baseia em competições abertas, na solidariedade e na redistribuição, de forma a garantir a sustentabilidade e o desenvolvimento do jogo para o benefício de todos e para a promoção dos valores europeus e mais-valias sociais”, defende o organismo.

Na mesma declaração do Congresso da UEFA, as federações-membro denunciam o aproveitamento dos principais clubes de Inglaterra, Itália e Espanha, ao esquecerem o legado conquistado através das provas europeias.

“Os clubes conspiradores obviamente falharam ao verem que o seu status actual não foi alcançado isoladamente, mas sim como parte de um sistema europeu dinâmico onde clubes grandes, médios e pequenos contribuíram para o sucesso e perdas de todos. É uma afronta aos valores europeus e ao mérito desportivo para estes clubes assumirem o direito de se separar e reivindicar o legado que todos construíram”, rematou o Congresso da UEFA.

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