Alunos que se distanciaram da escola “começam a pôr a cabeça de fora”. Interesse levará “anos a recuperar”

Linha Crianças em Perigo, criada na pandemia, recebeu, de Maio de 2020 até 4 de Abril, 875 chamadas. Pelo formulário online chegaram, desde Junho, 1456 alertas. Número de alunos que as CPCJ encaminharam, no primeiro confinamento, para as escolas de acolhimento foi de 194. No segundo, subiu para 1250.

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O ensino à distância ditado pela pandemia deixou ainda mais trás alunos que já estavam em risco Nuno Ferreira Santos

Crianças a quem a escola perdeu o rasto no ensino à distância, situações em que tiveram de ser accionados diferentes meios para contactá-las. Jovens sem espaço ou secretária para estudarem em casa. Ou a quem faltava estabilidade e rotinas familiares. Alunos que, em vez de estarem nas aulas online, estavam a tomar conta dos irmãos mais novos, também sem creche ou escola. Jovens que se desligaram. Dois confinamentos depois, o impacto da pandemia em crianças em situações de maior vulnerabilidade, que já existiam antes, é mais um desafio a somar a outros que as escolas têm pela frente. “Em alguns casos”, admite o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, “vai demorar anos a recuperar” não só as aprendizagens, mas o interesse perdido. 

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