Se Passos quiser voltar, Carlos Carreiras promete estar na primeira fila

O antigo coordenador autárquico do PSD, que volta a candidatar-se à Câmara de Cascais, fez uma avaliação do processo de desconfinamento, mas queixou-se de que o Governo está aprisionado.

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Carlos Carreiras (PSD) Daniel Rocha

Elogios ao desconfinamento, moderação nas críticas a Rui Rio e uma promessa de apoio a Pedro Passos Coelho em caso de eventual regresso são as principais ideias de uma entrevista que Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, dá ao Diário de Notícias nesta segunda-feira.

"No dia em que Pedro Passos Coelho considere que deve voltar à política activa, eu estarei na primeira fila a dar-lhe apoio”, reafirmou Carreiras. Em Fevereiro, o autarca já havia defendido que Passos Coelho “não é passado, é presente". Ainda assim, conteve-se no ataque a Rui Rio, por causa das eleições autárquicas, e até defendeu as suas opções ao nível dos candidatos. "Não sou hipócrita. Por um lado, não tenho uma avaliação positiva da liderança do doutor Rui Rio. Por outro, sei claramente que, neste momento, qualquer crítica que eu formule vai em desfavor de muitos companheiros meus que estão a dar a cara pelo partido nos seus municípios para as autárquicas.”

Já no que diz respeito à pandemia, Carlos Carreiras defendeu que o desconfinamento está a correr bem, mas disse que o Governo sofreu uma espécie de “aprisionamento voluntário”, com a pandemia. “Digo aprisionamento porque, não tendo a maioria que lhe permita decidir sozinho, tem de ir buscar apoios, neste caso, a partidos mais radicais, que envolvem todo um conjunto de peias ideológicas que são negativas para o desenvolvimento. E, nesse sentido, tenho uma avaliação negativa.”

Além de fazer uma avaliação positiva do seu mandato, o autarca de Cascais aproveitou a oportunidade para se referir a dois projectos que são, neste momento, as suas meninas dos olhos: os transportes públicos rodoviários gratuitos e um serviço local de saúde (o SL3S). “Este serviço local de saúde vai permitir ter consultas gratuitas 24 horas por dia, 365 dias por ano, para os cidadãos [do concelho]. O que permitirá desanuviar os centros de saúde da pressão em que estão”, explicou.

Carlos Carreiras também falou sobre a questão da venda e produção de vacinas, explicando que há limitações para que isso aconteça em Portugal, mas que há todo o interesse em que se faça o enchimento dos frascos. "Fui mantendo o Governo português, através do gabinete do primeiro-ministro, conhecedor da situação”, adiantou. "Também tivemos conhecimento que o senhor ministro da Economia tinha feito uma identificação de 11 empresas em Portugal que poderiam intervir em várias fases da produção da vacina”, disse ainda.

Questionado sobre o próximo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, Carreiras notou que “o Presidente da República tem exercido os seus mandatos da mesma forma como viveu a sua vida" e assumiu que não lhe cabe ao “ser o líder da oposição”. “Nesse sentido, acho que o Presidente da República vai ser igual ao que foi no primeiro mandato. Qual é a variável que pode alterar esta situação? O comportamento do governo, as decisões do governo, as decisões da Assembleia da República”, concluiu.

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