Líder da oposição espera “boa participação” nas legislativas de Cabo Verde

Legislativas vão definir o Governo para os próximos cinco anos e acontecem num momento de recordes diários de novos infectados com a covid-19.

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Janira Hopffer Almada votou na Universidade de Cabo Verde, na cidade da Praia,Janira Hopffer Almada votou na Universidade de Cabo Verde, na cidade da Praia FERNANDO DE PINA/EPA,FERNANDO DE PINA/EPA
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O primeiro-ministro desde 2016, Ulisses Correia e Silva FERNANDO DE PINA/EPA

A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Hopffer Almada, espera uma “boa participação” nas eleições legislativas deste domingo e alertou para “condicionalismos” que tornam a corrida desigual.

“As expectativas são sobretudo que haja uma boa participação neste processo de votação para a escolha do destino do país nos próximos cinco anos”, começou por dizer Janira Hopffer Almada, após votar numa mesa instalada no pólo da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), no bairro do Palmarejo, cidade da Praia.

A líder partidária disse esperar que todos os eleitores se possam apresentar às urnas, participar na escolha, exercer o seu direito de voto e cumprir o seu dever cívico.

“Esperamos que não haja nenhum tipo de condicionalismos nem de condicionamento porque uma boa participação no processo de eleições é sobretudo uma garantia do reforço da democracia, é fundamental para o nosso Estado de direito democrático”, frisou ainda a dirigente do partido que esteve 15 anos no poder, até às eleições de 2016.

Janira Hopffer Almada manifestou preocupação com o facto de no sábado, denominado “dia de reflexão”, ainda se estar a fazer campanha eleitoral, com mensagens por telemóvel de uma das candidaturas. “Não só consubstancia uma grande violação do Código Eleitoral, como também demonstra uma desigualdade na luta, uma luta que se quer igual entre todos, sobretudo com igualdade dentro da campanha”, denunciou.

O presidente do PAICV avisou para alguns cadernos que foram impressos de forma incompleta e também para boletins de voto em algumas mesas com uma sinalização à frente do símbolo do PAICV. O partido já comunicou essas duas situações à Comissão Nacional de Eleições.

Relativamente aos ajuntamentos de pessoas verificados durante a campanha eleitoral, em plena pandemia de covid-19, que já motivaram vários alertas, inclusive do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, a líder do PAICV disse ser importante todos continuarem a cumprir as regras sanitárias.

Quase 393 mil eleitores cabo-verdianos foram chamados às urnas este domingo para as sétimas eleições legislativas, escolhendo entre 597 candidatos de seis partidos os 72 deputados ao parlamento na próxima legislatura.

A votação vai ainda definir o Governo para os próximos cinco anos e acontece num momento de recordes diários de novos infectados com a covid-19 no arquipélago. Cabo Verde regista 20.254 casos acumulados de covid-19 desde 19 de Março de 2020 em todas as ilhas do arquipélago, que provocaram 190 mortos por complicações associadas à doença. Actualmente há 2086 casos activos, incluindo 1041 na cidade da Praia.

As estas legislativas concorrem, no conjunto dos 13 círculos eleitorais no país e no estrangeiro, o Movimento para a Democracia (MpD), no poder, o PAICV e União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), todos com representação parlamentar. Depois, o Partido Popular (PP) concorre em cinco círculos, o Partido Social Democrata (PSD) em quatro e o Partido do Trabalho e da Solidariedade (PSD) em cinco. 

O MpD, então na oposição, venceu com maioria absoluta (quase 54% dos votos) as eleições legislativas em 2016, afastando do poder, ao fim de 15 anos, o PAICV (ambos os partidos já venceram, cada um, três eleições legislativas).

Cabo Verde conta com uma população de cerca de 550 mil pessoas, mas estima-se que a comunidade cabo-verdiana na diáspora ultrapasse um milhão.

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