UEFA usará “todas as medidas” para impedir a Superliga Europeia

A notícia que alguns dos principais clubes europeus se preparavam para avançar para uma competição fechada motivou uma tomada de posição do organismo que tutela o futebol europeu.

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Aleksander Ceferin, presidente da UEFA Reuters/Yves Herman

A UEFA emitiu neste domingo um comunicado onde diz que considera usar “todas as medidas” ao seu “alcance, a todos os níveis, judiciais e desportivos, a fim de evitar que” alguns clubes avancem para a criação de uma Superliga Europeia, uma competição fechada onde apenas participariam as maiores equipas da Europa.

A posição da UEFA surge depois de o jornal espanhol Marca noticiar que o novo formato da Liga dos Campeões, que deve ser anunciado nos próximos dias, “acelerou” as movimentações dos grandes clubes europeus que se opõe à fórmula da competição.

Segundo o diário desportivo espanhol, “os grandes adeptos da Superliga” são “o Real Madrid e o Manchester United”. O clube espanhol, “juntamente com a empresa financeira Key Capital”, continua “a trabalhar com a maior confidencialidade no projecto”, porque considera “que a viabilidade da sua ideia poderia ser comprometida pelos novos planos da UEFA para a sua competição de topo”.

A Marca noticia também que embora o Real Madrid e o Manchester United sejam “os líderes” do movimento, “quase todos os grandes europeus estão cientes desta evolução”. “Liverpool, Arsenal, Chelsea e Tottenham já assinaram. O futebol espanhol seria representado, juntamente com o [Real] Madrid, pelo Barcelona e pelo Atlético. Alguns, como o Bayern, estão ainda mais afastados desse movimento. E outros, como Juventus e PSG, têm algumas dúvidas.”

Na notícia é colocada ainda a hipótese de estes avanços serem apenas uma forma de os clubes marcarem"uma posição de força contra a UEFA”, para continuarem “a negociar”.

Perante estas movimentações, a UEFA contra-atacou com um comunicado onde sublinha ter o apoio da “Federação Inglesa de Futebol e da Premier League, da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e da LaLiga, da Federação Italiana de Futebol (FIGC) e da Lega Serie A”, mas “também da FIFA” e de todas as “federações membro”.

Na nota, o organismo presidido por Aleksander Ceferin deixa claro que se a Superliga Europeia avançar, irá “unir todos os esforços” para “impedir este projecto, que se baseia no interesse de alguns clubes num momento em que a sociedade precisa mais do que nunca de solidariedade”.

“Vamos considerar todas as medidas ao nosso alcance, a todos os níveis, judiciais e desportivos, a fim de evitar que isso aconteça. O futebol é baseado em competições abertas e mérito desportivo; não pode ser de outra maneira.”

A UEFA lembra ainda que “conforme anunciado anteriormente pela FIFA e pelas seis Confederações, os clubes em questão serão proibidos de jogar em qualquer outra competição a nível nacional, europeu ou mundial, e os seus jogadores podem ser proibidos de representar as suas selecções nacionais”.

“Agradecemos aos clubes de outros países, especialmente os clubes franceses e alemães, que se recusaram a assinar este projecto. Apelamos a todos os amantes do futebol, adeptos e políticos, a juntarem-se a nós na luta contra este projecto, caso venha a ser anunciado. Esse interesse pessoal persistente de alguns já se verifica há muito tempo. É altura de dizer ‘basta’”, conclui o comunicado.

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