FBI diz que grupos radicais e racistas dos EUA têm fortes ligações com a extrema-direita europeia

Director do FBI revela que os radicais norte-americanos são os que têm os laços internacionais mais vastos e que se têm deslocado para se encontrarem, e possivelmente treinarem, com outros activistas.

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O director do FBI, Christopher Wray, numa audiência do Congresso POOL/Reuters

Norte-americanos de extrema-direita e com motivações racistas contactaram grupos que defendem posições semelhantes no estrangeiro e viajaram para fora do país para se encontrarem com eles, revelou esta quinta-feira o chefe do Departamento Federal de Investigação (FBI), numa audiência do Congresso dos Estados Unidos

O director do FBI, Christopher Wray, disse à comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes que a agência chegou à conclusão de que os militantes de extrema-direita nos Estados Unidos são os radicais a nível nacional com ligações internacionais mais vastas e de que estabeleceram essas ligações com o estrangeiro através das redes sociais.

De acordo com Wray, alguns indivíduos norte-americanos de extrema-direita viajaram rumo à Europa para se encontrarem e, possivelmente, fazerem formações com outros grupos. Observou, porém, que muitas das ameaças extremistas violentas “não cabem em compartimentos ideológicos rígidos”.

As declarações de Wray sobre os radicais norte-americanos de extrema-direita que viajam para a Europa têm por base um relatório confidencial sobre extremistas internos que foi avançado, recentemente, por agências de espionagem dos EUA.

A Reuters já tinha noticiado que no relatório constava que havia norte-americanos que tinham viajado para a Ucrânia a fim de lutarem ao lado das forças pró-russas contra o Governo eleito do país.

Wray não especificou quem eram os extremistas com motivações raciais, mas o relatório mencionava que os supremacistas brancos americanos são as “figuras com as ligações transnacionais mais persistentes e preocupantes”.

Disse ainda aos deputados que o FBI tem estado a empenhar “esforços contínuos” à procura de novas ameaças ao Capitólio dos EUA – o qual foi atacado por apoiantes do ex-Presidente Donald Trump, no dia 6 de Janeiro – e aos capitólios estaduais. A agência tem recebido “uma avalanche de informações que chegam até nós”, segundo o director.

Os funcionários dos serviços secretos disseram ainda à comissão que consideram as actuais movimentações militares russas perto da fronteira com a Ucrânia como uma “demonstração de força”.

Os directores da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) e da Agência Central de Inteligência (CIA) disseram à comissão as agências americanas estão a monitorizar os movimentos russos.

“Todos temos de levar muito a sério estes desenvolvimentos”, disse o director da CIA, William Burns.

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