Cinco séries sobre o pós-apocalipse

Embora de temática algo inquietante para os dias que correm, estas séries podem ser úteis para servir como catarse, relativizar as circunstâncias e ensaiar futuros.

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The Leftovers

HBO
Criada, em 2014, por Damon Lindelof (Perdidos) e Tom Perrotta (nomeado para o Óscar e o Globo de Ouro pelo argumento de Pecados Íntimos e criador de Mrs. Fletcher) para o canal HBO, esta série é baseada no romance homónimo que Perrotta editou em 2011. A acção decorre três anos depois de 140 milhões de pessoas, o equivalente a 2% da população mundial, terem desaparecido sem qualquer explicação. Desde essa altura, cientistas, filósofos e religiosos discutem as causas prováveis sem nunca chegarem a uma conclusão. Passado tanto tempo, as famílias, em luto pelos seus desaparecidos, tentam encontrar algum tipo de normalidade. Mas como se supera um trauma dessa dimensão? A acção da primeira temporada segue as vidas dos que ficaram. Entre eles está Kevin Garvey, chefe de polícia de um pequeno subúrbio de Nova Iorque cuja família se desfez após o evento e que se empenha em refazer a sua vida e criar um ambiente de segurança a quem o rodeia. Justin Theroux, Carrie Coon, Amy Brenneman, Christopher Eccleston, Liv Tyler, Chris Zylka, Ann Dowd, Margaret Qualley, Kevin Carroll, Regina King, Scott Glenn e Jovan Adepo assumem os principais papéis; aos comandos da realização das três temporadas disponíveis estão Mimi Leder, Peter Berg, Carl Franklin, Keith Gordon, Craig Zobel, Daniel Sackheim, Nicole Kassell, Lesli Linka Glatter, Michelle MacLaren e Tom Shankland. Em 2017, The Leftovers teve uma nomeação para um Emmy.
 

The Walking Dead

Netflix
Produzida e estreada no canal AMC em 2010, esta saga zombie-gore-pós-apocalíptica criada por Frank Darabont adapta a novela gráfica homónima de Robert Kirkman. Aqui, onde a morte está ao virar da esquina, as personagens não enfrentam apenas mortos-vivos, mas também muitos dos que, abandonados à sua sorte, criam as suas próprias leis e códigos de honra para se manterem vivos. Tudo começa quando o xerife Rick Grimes acorda num hospital e se vê rodeado de criaturas ávidas de carne humana. Não tarda a descobrir que a cidade está infestada e decide seguir em busca da mulher e filho, de quem perdeu o rasto. No percurso, cruza-se com um grupo de sobreviventes, onde reencontra a família. Ao longo do tempo, num esforço por encontrar um lugar seguro onde possam viver, Rick e o seu grupo vão tentando escapar aos ataques, encontrando novos inimigos e aliados. Com Andrew Lincoln à frente de um elenco de protagonistas sempre em transição – devido às mortes constantes das personagens –, a série conta com alguns actores regulares, entre eles Norman Reedus, Steven Yeun, Chandler Riggs, Melissa McBride, Lauren Cohan, Danai Gurira, Josh McDermitt e Christian Serratos. O sucesso de The Walking Dead, que conta com 11 temporadas e se tornou num fenómeno de cultura pop, deu origem a videojogos, ao talk-show Talking Dead, e às séries Fear the Walking Dead, uma prequela que revela o início do apocalipse, e The Walking Dead: World Beyond, que incide sobre a geração que já cresceu nos tempos negros do apocalipse. 

Snowpiercer

Netflix
Criada por Josh Friedman e Graeme Manson, esta série distópica adapta o filme homónimo realizado pelo sul-coreano Bong Joon-ho (Mother - Uma Força Única, Parasitas) que, por sua vez se inspira na novela gráfica francesa Le Transperceneige, criada por Jacques Lob e Jean-Marc Rochette. Depois de uma tentativa falhada de combater o aquecimento global, a Terra entra numa nova Idade do Gelo. Os poucos que restam da Humanidade conseguem-no porque embarcam no Snowpiercer, um gigantesco comboio dotado de uma locomotiva em movimento perpétuo que percorre quase 500 mil quilómetros de um circuito ferroviário que atravessa todos os continentes. Ali, a vida obedece a uma vincada estratificação social: as elites viajam nas carruagens da frente, com todas as mordomias e privilégios, enquanto os mais pobres sobrevivem a custo na cauda do comboio. Existe também Wilford, que governa sob ditadura, em nome de quem é feita propaganda destinada a manter a ordem. Mas há uma insurreição iminente. 

100

Netflix
Esta série desenvolvida por Jason Rothenberg para a emissora The CW teve 100 episódios divididos por sete temporadas (a última, estreada em 2020) e baseia-se em The 100 (2013), o primeiro tomo da série literária de ficção científica para jovens adultos de Kass Morgan. O episódio piloto explica que, há 97 anos, uma explosão nuclear extinguiu quase toda a vida na Terra. Os únicos sobreviventes foram os que na altura das explosões se encontravam em 12 estações espaciais. Algumas gerações após o cataclismo, são liderados pelo chanceler Thelonious Jaha na única estação restante, de nome Arca, que se mantém no espaço, próxima da Terra, até ao momento em que seja possível regressar ao solo. Presume-se que seja necessário mais um século. Na Arca, para que a sociedade funcione sem falhas, e também devido à falta de provisões, qualquer crime é pago com a vida. A excepção é feita aos menores de 18 anos. Quando a sobrevivência de todos é colocada em risco devido à falha iminente dos aparelhos de suporte de vida, os governantes encontram uma única solução: enviar à Terra 100 jovens escolhidos entre os criminosos, para testar as condições de sobrevivência. Em tanto tempo, eles são os primeiros a tocar o solo. Mas estará o planeta realmente desabitado? Em 2014, esta série, direccionada aos espectadores mais jovens, teve uma nomeação para um Emmy pelos efeitos visuais.

O Colapso

AMC e Filmin
Nesta criação do colectivo francês Les Parasites (constituído por Jérémy Bernard, Guillaume Desjardins e Bastien Ughetto), o mundo colapsa de um dia para o outro. São oito episódios de 15 a 20 minutos, todos filmados em plano-sequência, que acompanham as circunstâncias particulares de pessoas comuns num momento de luta pela sobrevivência. Vivem o pânico e a insegurança de quem enfrenta um cataclismo. E a dúvida persiste sobre o que, numa situação de sobrevivência, será mais importante: a solidariedade e entreajuda entre os indivíduos ou autopreservação a todo o custo? O segmento piloto acontece dentro de um supermercado em Paris algum tempo depois de uma catástrofe que nunca chega a ser explicada. Clientes enchem os carrinhos de produtos essenciais, o multibanco deixa de funcionar e tudo desaparece das prateleiras. O caos instala-se. Os outros sete segmentos seguem situações análogas, apesar de terem personagens, situações e cenários distintos. Estreada em Novembro de 2019, pouco antes de o mundo enfrentar a pandemia de covid-19, O Colapso teve uma nomeação para o Emmy na categoria de melhor mini-série.

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