Doze meses de pandemia tiraram 3,2 mil milhões de euros aos alojamentos turísticos

Dados do INE mostram que Fevereiro deste ano foi o terceiro pior mês desde Março de 2020, período em que foi declarada a pandemia.

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Queda de proveitos teve maior expressão na Área Metropolitana de Lisboa Nuno Ferreira Santos

Fevereiro passado foi o terceiro pior mês dos alojamentos turísticos em termos de quedas homólogas de dormidas desde que começou a pandemia de covid-19, tendo registado uma descida de 87,7%, para 472,9 mil, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE.

Já o número de hóspedes caiu 86,9% para 208,2 mil, com os portugueses a superarem mais uma vez os estrangeiros devido às restrições às viagens, com um peso de 89%. Os dois piores meses foram Abril e Maio do ano passado, com quedas de 97,4% e de 95,8%, respectivamente. Os proveitos totais em Fevereiro não foram além dos 18,6 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 90,5%.

Decorridos 12 meses desde o início da pandemia, que interrompeu um longo ciclo de crescimento (embora em Fevereiro do ano passado o mercado chinês já estivesse em forte queda), o INE dá conta de que o total dos proveitos não foi além dos 1,1 mil milhões de euros (um recuo de 73,7%), menos 3,2 mil milhões face ao acumulado dos 12 meses imediatamente anteriores.

De acordo com a análise do INE, no período em análise o sector do alojamento turístico recebeu oito milhões de hóspedes e 20 milhões de dormidas, o que representa descidas de 70,9% e de 71,7%, respectivamente.

A diminuição mais expressiva em dormidas foi a dos estrangeiros, com um decréscimo de 83,7% (menos 44,1% no caso dos portugueses). Os meses de Verão, de Julho a Setembro de 2020, representaram 56,4% do total das dormidas, quando esse peso tinha sido de apenas 36% no ano anterior.

Os dados do INE mostram que o principal mercado emissor foi Espanha (o decréscimo foi o menor de todos, devido à fronteira terrestre, com uma quebra de 75,2%), “representando 16,6% do total de dormidas de não residentes).

Em termos de regiões, a queda de proveitos foi generalizada, mas teve maior expressão na Área Metropolitana de Lisboa, com menos 85,9%, para 195 milhões de euros . A menor descida coube ao Alentejo, com uma quebra de 43,2%, para 101 milhões de euros. No topo das receitas ficou o Algarve, com 416 milhões de euros (uma descida de 66,2%).

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