Noite sem surpresas apura Man. City e Real Madrid para as “meias”

Borussia Dortmund e Liverpool estavam em desvantagem e, em estádios vazios, não souberam usar o factor casa para reverter as eliminatórias. Seguem para as “meias” o Manchester City e o Real Madrid.

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Rúben Dias e Knauff em duelo Reuters/INA FASSBENDER

Desde que foi comprado por investidores árabes, o projecto do Manchester City é claro: ser campeão da Europa. O desígnio está, até ver, intacto. Confirmando o favoritismo, o City foi a Dortmund com um 2-1 conseguido em Inglaterra e o novo triunfo por 2-1, no Signal Iduna Park, eliminou os alemães, sem direito a estarem nas meias-finais.

Sorriem os ingleses, que continuam como um dos principais favoritos à conquista da Champions e marcaram tête-à-tête anglo-francês com o PSG, na meia-final.

Quem também segue em frente é o Real Madrid, que, com uma vantagem mais confortável trazida da primeira mão (3-1), conseguiu esfriar os intentos do Liverpool, em Inglaterra. Houve empate a zero, conveniente aos espanhóis, que marcaram duelo com o Chelsea, “carrasco” do FC Porto.

A vantagem era boa e a consistência defensiva do Real foi igualmente boa. O Liverpool tentou e teve algumas oportunidades, mas a eliminatória nunca esteve em risco para os espanhóis.

City começou diferente

Em Dortmund, o Signal Iduna Park, vazio, viu uma primeira parte incomum para o perfil das duas equipas. O Manchester City, habitualmente controlador dos jogos, cedeu a iniciativa aos alemães e abdicou até de jogar com um ponta-de-lança – Kevin de Bruyne e Bernardo Silva foram passando pela posição mais avançada.

Numa matriz claramente incomum e que lhe é estranha, a equipa inglesa esteve desconfortável a jogar em processo defensivo constante e cometeu vários erros que deixaram jogadores do Dortmund em situações confortáveis de passe e remate.

Um desses momentos, aos 15’, permitiu ao jovem Jude Bellingham rematar em arco, em zona frontal, perante a passividade inglesa – era Rúben Dias quem estava à frente do médio de 17 anos, que se tornou apenas o segundo jogador na história da competição a chegar aos dez jogos antes da maioridade (o outro foi o belga Tielemans, pelo Mónaco e pelo Anderlecht) e o segundo mais jovem a marcar na prova (o recorde é de Bojan, do Barcelona).

O golo alemão devolveu o jogo à normalidade. O City, em desvantagem na eliminatória, tomou conta da partida, mas sem ser particularmente criativo – sentiu-se a falta de João Cancelo, elemento que se tornou fundamental na construção de jogo da equipa de Guardiola.

Houve, ainda assim, lances de perigo. Não muitos, mas os suficientes para assustar o Dortmund: De Bruyne atirou ao poste os 25’ e Mahrez rematou aos 32’ para um corte de Bellingham – que substituiu o já batido guarda-redes do Borussia.

Logo a abrir a segunda parte houve golo do City. Emre Can, já “cliente habitual” em erros comprometedores, fez um penálti escusado, por mão na bola, e Mahrez converteu-o em golo.

Com o golo, o jogo “morreu”. O City tranquilizou-se e fez o que mais gosta: controlar o jogo com bola, fazendo o Dortmund correr. Com os alemães adormecidos, o City fechou o jogo. Esteve perto do golo aos 75’, numa jogada individual de De Bruyne, e, segundos depois, Foden teve tempo e espaço para rematar de fora da área, após um canto curto.

2-1 e o Dortmund a precisar de uns utópicos três golos. Pouco ou nada havia a fazer.

Jogo calmo para o Real

Em Inglaterra, o autocarro do Real Madrid foi atingido por pedras, à chegada a Anfield Road, e a equipa espanhola foi atingida também no relvado, mas por alguns lances de perigo do Liverpool.

Sem ser sufocante, que o jogo até foi globalmente dividido, a equipa inglesa esteve perto do golo aos 11’, num remate de Milner defendido por Courtois, aos 41’, num lance desperdiçado por Salah, e aos 42’, num remate muito por cima da baliza. O holandês tinha condições para fazer melhor, já bem dentro da área.

Houve perigo, mas o Liverpool precisava, na segunda parte, de fazer bem mais do que fez para reverter a desvantagem de dois golos que trazia de Madrid. Aí, entrou Firmino ao serviço. Discreto na primeira parte, o brasileiro esteve perto do golo aos 46’ – defendeu Courtois – e aos 56’, num remate torto.

Allisson impediu o Real de fechar a eliminatória aos 66’, aos pés de Vinícius e Benzema, numa fase em que o Liverpool já deitava a toalha ao chão. Havia dois golos para marcar, frente a um Real calmo e sólido.

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