Sócrates, um mártir da democracia

Por muito que seja indispensável acreditar que o sistema judicial funciona, há uma urgente necessidade de ler a realidade e dizer, sem margem para equívocos, que o martírio político de José Sócrates é uma mentira.

José Sócrates ficou conhecido entre muitas outras e tristes coisas como o político das narrativas e depois de conhecer o despacho de Ivo Rosa inventou mais uma: a de que tudo o que esteve na base da sua investigação, da sua acusação e da sua pronúncia por seis crimes se explica no âmbito de uma cabala política. Na origem dessa cabala, bem traduzida no artigo de opinião que publicou neste jornal e no brasileiro Folha de S. Paulo, estaria uma manobra para o impedir de se candidatar à Presidência da República e de desencadear as forças da extrema-direita que vegetavam na saudade do salazarismo. Para que não sobrassem dúvidas sobre o seu martírio às mãos das forças obscuras do regime e da comunicação social, encontrou até um caso comum do outro lado do Atlântico, na triste história do processo contra o ex-Presidente Lula da Silva.

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