Polícia diz que agente queria ter usado taser mas sacou da arma e disparou contra Wright

Presidente da câmara de subúrbio de Mineápolis promete “perceber exactamente o que aconteceu”.

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Protestos contra a polícia em Brooklyn Center, Minnesota (EUA) NICHOLAS PFOSI/Reuters

A polícia que baleou um negro de 20 anos num subúrbio de Mineápolis parece ter disparado de modo acidental a sua arma, quando tinha querido pegar antes na taser, disse o chefe da polícia Tim Gannon.

Daute Wright morreu depois de ser mandado parar numa operação de trânsito em Brooklyn Center, no estado do Minnesota, não muito longe do local em que decorre o julgamento de Derek Chauvin, o polícia acusado da morte de George Floyd.

Na comunicação à imprensa feita por Gannon, foram mostradas imagens de uma luta entre Daunte Wright e a agente, e quando Wright entra no carro ouve-se um grito: “taser, taser”.

“Parece-me, do que vi e pela reacção dos agentes e pela sua aflição imediatamente a seguir, que foi um disparo acidental que resultou na morte trágica de Daunte Wright”, disse o responsável policial. Segundo o New York Times, ouve-se a voz da agente dizer: “Caraças, acabei de o atingir”. 

“Estamos a sofrer”, disse o presidente da câmara de Brooklyn Park, o subúrbio de Mineápolis em que Wright morreu, Mike Elliot. “Reconhecemos que isto não podia ter acontecido em pior altura”, disse, quando decorre o processo de Chauvin.

“Vamos investigar e perceber exactamente o que aconteceu”, disse Elliot. “Vamos fazer tudo o que está em nosso poder para ter justiça para Daunte Wright.” Ao New York Times, Elliott defendeu que a agente, que foi suspensa, seja afastada. “Não podemos ter pessoas que cometem erros que levam a que morram pessoas na profissão”, defendeu.

A mãe de Daunte, Katie Wright, disse a jornalistas no domingo que tinha recebido um telefonema do filho, dizendo que tinha sido parado por ter um objecto (um ambientador de ar) pendurado no espelho retrovisor, o que é ilegal no Minnesota. Ainda ouviu a polícia dizer ao filho para sair do carro.

Numa declaração, a polícia de Brooklyn Center disse que mandou parar um homem pouco antes das 14h, e que descobriu que havia um mandado de captura contra ele. Quando o tentaram prender, ele entrou no carro. Depois de ser atingido por um tiro da polícia, ainda conduziu vários quarteirões antes de colidir com outro veículo e morrer no local.

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