Cartas ao director

O assassino passou a ser a vacina e não a covid-19?

Já entrou na rotina diária a notícia do avanço e recuo da aplicação da vacina da AstraZeneca. Chega a ser penoso, de tão patético, ouvir políticos, cientistas e restantes opinadores. Não assumem uma posição firme sobre a matéria. Todos fogem do assumir de responsabilidades. Não seguem os conselhos das organizações técnicas de saúde europeias e mundiais e cada país faz o que bem lhe apetece, desprestigiando e desconsiderando tais entidades. Mas sobretudo não sabem fazer contas pois se as fizessem não ofereciam este triste espectáculo de supostos sapientes racionais de cabeça perdida.

Sabendo que as anomalias verificadas, há alguns dias, eram de 40 a 60 casos (poucos deles mortais) num universo de 18 milhões de inoculações de vacinas da AstraZeneca, significando 2 a 3 casos por milhão e que em Portugal já morreram cerca de 17.000 pessoas por covid-19 ou seja 1700 por milhão, verifica-se que o assassino continua a ser o vírus e não a vacina pois é 567 a 850 vezes mais letal (e vai aumentando diariamente).

Quanto a mim já tomei a primeira dose da AstraZeneca e estou ansioso pela toma da segunda, pois a probabilidade de morrer da doença é muito maior que a de morrer da cura... a caminho das mil vezes mais.

Jorge Loureiro, Anadia

AstraZeneca e as mudanças etárias

Todos sabemos que qualquer medicamento, até ser seguramente aplicável nos humanos passa por uma série de fases e testes, e que as vacinas anti-covid-19 foram desenvolvidas em tempo-recorde. Também sabemos, até por experiência pessoal, que qualquer medicamento tem “contras”, daí virem com uma bula enorme que, se lermos intensamente, nos faz duvidar do remédio.
Logo, as vacinas anti-covid-19 teêm contra-indicações. Mas, ao que parece, os resultados positivos da vacina são definitivamente maiores que a não vacinação. Conviria haver algum bom senso na forma pública, política e publicada quanto às contra-indicações das vacinas. Numa semana é para tomar, na semana seguinte não podem tomar maiores de 55 anos, depois, já é para tomar por todos, de seguida só se tiverem mais de 60 anos. Isto é a britânica, sendo que as outras vacinas também têm criado situações adversas. E as consequências deste pára-arranca são muito, muito nefastas.
Augusto Küttner de Magalhães, Porto

O sr. Silva recusa

O que se espera que aconteça perante todo o ruído que se ergueu em volta da vacina da AstraZeneca? É óbvio que vai haver muitas recusas de quem anseia por ser vacinado justamente por ter amor à vida. Essas recusas são mais que racionais. A “tranquilidade estatística” que se pretende criar nunca se sobreporá à sensação do risco individual. Que interessa ao sr. Silva que “só” uma pessoa num milhão morre por causa da vacina? Pode ser ele.

A verdade é que a ciência, felizmente tão lesta a criar as vacinas, continua às apalpadelas não só em relação aos efeitos delas mas também acerca do próprio vírus, e passa os dias a deitar cá para fora “conclusões” estatísticas que não são conclusões, mas meras hipóteses transitórias, revestidas de uma névoa de dúvidas que, através da confusão, geram a insegurança. As pessoas têm o direito de saber que vacina lhe vai ser administrada e de recusar a da AstraZeneca ou outra qualquer. Na minha opinião, dado o ponto a que se chegou, e a enorme perturbação que é de esperar no plano de vacinação devido às recusas da AstraZeneca, a única solução sensata é pôr essa vacina em armazém, à espera de certezas mais firmes, e seguir em frente com as outras, à medida que estejam disponíveis.

António Monteiro Fernandes

AstraZeneca

Grande confusão com a vacina da AstraZeneca. Vacinar é urgente! São as palavras mais ouvidas, nesta pandemia. Inesperadamente esta vacina foi suspensa para menores de 60 anos. Primeiro, esta vacina era altamente perigosa para os idosos, agora é mais que perigosa para quem tem menos de 60. Quem já tomou a primeira dose, não sabe se vai tomar a segunda. Quer se queira quer não, tudo isto, como se costuma dizer, “é há portuguesa...”. Uma autêntica confusão. Vacinar é urgente! Mas o mais grave, é que esta decisão deixa cerca de 200 mil em suspenso! Por índole... somos assim, não há volta a dar.

Tomaz Albuquerque, Lisboa

Sobre a vacinação

No Dia Mundial da Saúde estive na fila para ser vacinado, porque fui convocado através de sms. Fui muitíssimo bem recebido, como todos os convocados para o efeito. Com a primeira dose da Pfizer inoculada, fico, pois, à espera da segunda toma, que terá lugar nos primeiros dias de Maio. Saí do centro de vacinação muito mais protegido contra tão maldito vírus. Afinal foi pura mentira o que alguns telejornais e jornais nos (des)informaram, acerca da inscrição para a vacinação, a partir de 11 de Abril. Viva, pois, o SNS - Serviço Nacional de Saúde -, o melhor bem conquistado após o radioso 25 de Abril de 1974.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

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