Primoz Roglic vence Volta ao País Basco com domínio na última etapa

Segundo à partida para a sexta tirada, Roglic, vencedor das duas últimas edições da Volta a Espanha, destronou o norte-americano Brandon McNulty, líder à partida para a última etapa. Tadej Pogacar pagou a factura de ter trabalhado para McNulty.

Foto
LUSA/Javier Etxezarreta

Os ciclistas Primoz Roglic e David Gaudu ergueram neste sábado os braços no final da sexta e última etapa da Volta ao País Basco, para festejarem, respectivamente, o triunfo na geral e na tirada da prova espanhola.

O esloveno da Jumbo-Visma e o francês da Groupama-FDJ chegaram juntos à meta, após os 111,9 quilómetros entre Ondarroa e o já incontornável santuário de Arrate, repartindo entre si, num acordo de cavalheiros, a vitória na geral e na etapa final da 60.ª edição da prova.

“Estou muito, muito feliz de ganhar aqui [...] cheguei com um grande Primoz Roglic, que foi um senhor por me “oferecer” a etapa”, resumiu Gaudu, depois de cortar a meta secundado pelo vencedor final, também ele de braços erguidos no ar.

Segundo à partida para a sexta tirada, Roglic, vencedor das duas últimas edições da Volta a Espanha, destronou o norte-americano Brandon McNulty (UAE Emirates), líder à partida para a última etapa, para sagrar-se vencedor da prova basca.

McNulty cedeu terreno no grupo de favoritos a uns distantes 46 quilómetros da meta, “libertando” o seu companheiro Tadej Pogacar, um dos dois principais candidatos à vitória final, para a luta pela geral, quando o seu maior rival, o compatriota Primoz Roglic, já seguia na frente da corrida, na companhia de David Gaudu (Groupama-FDJ) e Hugh Carty (EF Education-Nippo), após uma aceleração a descer.

O tempo desperdiçado pelo vencedor no Tour no trabalho em prol de McNulty na duríssima ascensão ao Krabelin, de apenas cinco quilómetros, mas com sectores de 17% de inclinação e uma pendente média de 9,6%, permitiu ao esloveno da Jumbo-Visma ganhar uma vantagem confortável, que, no início da subida a Arrate, rondava os 40 segundos.

Favoritos à partida para esta edição da “Ituzlia”, Roglic e Pogacar “pagaram” o seu estatuto, com o primeiro a trabalhar no trio da frente e o segundo a encabeçar o grupo de perseguidores, sem ajuda dos seus companheiros de ocasião, que, em mais do que um momento, rejeitaram os apelos de ambos para uma benéfica colaboração.

Se, na frente, o mais velho dos eslovenos tentava (e conseguia) “convencer” Gaudu e Carthy a trabalharem, esgrimindo o argumento da vitória na etapa, na perseguição, o ciclista da UAE Emirates beneficiava de movimentações de Alejandro Valverde (Movistar) e de colaborações esporádicas, nomeadamente de Adam Yates (INEOS), para encurtar distâncias para o grupo da frente.

Quando a estrada começou a inclinar rumo à meta em Arrate, Carthy cedeu, após um ataque de Gaudu, com Roglic a responder ao francês, enquanto lá atrás Valverde tentava novamente mexer na corrida, “dinamitando” o grupo de perseguidores e reduzindo-o a Pogacar, Yates e Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma).

Numa etapa soberba, digna das grandes Voltas, as diferenças mantiveram-se nas rampas finais, com Valverde a ser terceiro na meta, à frente de Yates, Pogacar e Vingegaard, com os quatro a perderem 35 segundos para o duo da frente.

Feitas as contas finais, Roglic, de 31 anos, conquistou pela segunda vez a Volta ao País Basco, juntando esta edição ao triunfo de 2018, e ampliou o seu já extenso palmarés, relegando o seu companheiro de equipa dinamarquês para o segundo posto: Vingegaard ficou a 52 segundos do seu líder, enquanto Pogacar teve de contentar-se com o último lugar do pódio, a 1m07s.

O vencedor da última Volta a França perdeu no primeiro frente-a-frente desta temporada com o seu compatriota e grande rival, no mais importante duelo desde o Tour (que o primeiro “roubou” ao segundo no penúltimo dia), mas ficou à frente de Yates, o recente vencedor da Volta à Catalunha, que foi quarto a 1m26s.

Sugerir correcção
Comentar