Em Cerveira, antigo quartel dos bombeiros será o novo lugar da cultura e da inovação

As obras de requalificação arrancam no final do mês. O Edifício de Cultura e Inovação de Vila Nova de Cerveira albergará a Biblioteca Municipal, que sai do Solar dos Castros, onde poderá ser instalado o Museu da Bienal. Ali também haverá espaço para um “salão polivalente” para actividades culturais e recreativas.

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HUGO DELGADO / PUBLICO

Em Vila Nova de Cerveira, há uma lógica de “interligação” na série de empreitadas que, ora prestes a arrancar ora perspectivadas para os próximos tempos, integram o Plano de Acção de Regeneração Urbana do concelho. Parte dessa reconfiguração acontece bem no centro da vila. No antigo quartel dos bombeiros voluntários funciona, já, o Cineteatro, cuja fachada principal se distingue pelo mural de oito metros que evoca o escultor José Rodrigues. Mas aquele espaço albergará ainda mais cultura — assim como inovação.

São essas as duas palavras que se inscrevem no nome do edifício que ocupará, na totalidade, o antigo quartel. Trata-se, portanto, de uma requalificação que dará origem ao futuro Edifício de Cultura e Inovação de Vila Nova de Cerveira. O presidente daquela autarquia, Fernando Nogueira, indica ao PÚBLICO que as obras começarão “nos finais de Abril ou inícios de Maio”. O contrato da empreitada foi assinado na última terça-feira. Representa um investimento de 1 milhão de euros. A empreitada conta com financiamento FEDER através do Programa Operacional Norte 2020 e aguarda apenas “luz verde” do Tribunal de Contas, para onde já seguiu a documentação para avaliação. Fernando Nogueira prevê que as obras estejam concluídas “no final do ano”.

O “mau estado de conservação em que se encontra a generalidade do edifício” obriga a uma “profunda remodelação interior”, lê-se em comunicado da câmara municipal. O objectivo desta requalificação passa por garantir espaços para “fins culturais, recreativos e de associativismo” no piso superior, que albergará “um salão polivalente”, explica o presidente do município. Apesar de todas estas (e mais) alterações, que seguem “um conceito funcional e esteticamente apelativo”, não serão retiradas “as características únicas” do antigo quartel.

Por outro lado, há serviços e estruturas que mudam de casa para passarem a habitar aquele espaço. É o caso dos Serviços Municipais de Intervenção Social e de Acção Social, que serão instalados no rés-do-chão do antigo quartel dos bombeiros. Os edifícios que alojavam estes serviços, ao lado Escola Básica e Secundária de Vila Nova de Cerveira, tiveram de ser “desocupados” devido à requalificação do recinto escolar, que já está em curso. Essa é “outra ambição da autarquia”: quer-se concentrar “num quarteirão” a escola, um pavilhão municipal de desportos e um “edifício dedicado à música e às artes”. A requalificação da escola, adiantou Fernando Nogueira, poderá arrancar “em finais de Maio”. É a segunda fase do projecto (a primeira, “mais ligeira”, focou-se na remoção de amianto) e traduz um investimento de 1 milhão e 200 mil euros.

Também a Biblioteca Municipal será relocalizada — e passará, claro, a ocupar o Edifício de Cultura e Inovação. Para o presidente do município, o imóvel onde a biblioteca se situa, apesar de “belíssimo”, “não é funcional”. Assim, e seguindo o fio da reutilização dos espaços, já há um futuro delineado para o Solar dos Castros: a vontade da autarquia é requalificá-lo para ali se instalar o Museu da Bienal de Cerveira.

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