Governos europeus querem regras claras para os investimentos em hidrogénio

Governantes presentes na conferência internacional sobre hidrogénio organizada pela presidência portuguesa da União Europeia defendem a criação de um quadro regulatório estável a nível europeu para alinhar investimentos públicos e privados.

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O ministro Matos Fernandes na conferência conduzida online a partir do Centro Cultural de Belém, em Lisboa LUSA/ANTONIO PEDRO SANTOS

Alguns governantes com a pasta da Energia destacaram esta quarta-feira a necessidade de se criar um quadro regulatório estável para o hidrogénio na União Europeia (UE), capaz de atrair os investidores privados para um mercado competitivo e previsível.

Esta posição foi um dos pontos em comum nas intervenções do ministro dos Assuntos Económicos e Política Climática dos Países Baixos, Bas van't Wout, da secretária de Estado Parlamentar no Ministério Federal dos Assuntos Económicos e Energia da Alemanha, Elisabeth Winkelmeier-Becker, da secretária de Estado da Energia de Espanha, Sara Aagesen Muñoz, e do ministro da Energia e do Ordenamento do Território do Luxemburgo, Claude Turmes, que participavam na conferência “O Hidrogénio nas Nossas Sociedades – Estabelecer pontes”, num painel moderado pelo ministro do Ambiente e da Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes.

“O investimento público e privado devem aliar-se e os governos têm a responsabilidade de dar os sinais certos, criando o quadro regulatório e as condições para que o sector privado possa investir com estabilidade e previsibilidade”, defendeu o ministro português, durante a sua intervenção na abertura da conferência a decorrer ‘online’ a partir do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, e promovida no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (PPUE), para debater políticas e estratégias no sentido de promover um mercado global de hidrogénio.

O ministro holandês apontou também a importância de mobilizar investimento do sector público, que será crucial para a implementação da estratégia europeia para o hidrogénio, enquanto elemento chave na descarbonização de sectores da economia onde outras alternativas podem não ser viáveis, ou ser mais caras.

Por sua vez, a secretária de Estado Elisabeth Winkelmeier-Becker considerou que, além do quadro regulatório, é também crucial o planeamento das infraestruturas necessárias para a produção e distribuição de hidrogénio (obtido através da electrólise da água, que separa o oxigénio do hidrogénio).

Para a secretária de Estado da Energia de Espanha, “é hora de acelerar o investimento e as decisões políticas”, estabelecendo as bases para um investimento estável.

“Precisamos de um sistema transparente, porque o investidor privado só estará interessado em avançar se houver transparência”, sublinhou o ministro da Energia do Luxemburgo, Claude Turmes, que apontou ainda a redução do custo dos electrolisadores como uma das questões mais importantes para o futuro do hidrogénio.

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