FC Porto tenta na Andaluzia reavivar glória adormecida

“Dragões” partem esta noite, em Sevilha, em busca de um lugar nas meias-finais da Champions. Diante do Chelsea, Sérgio Oliveira e Taremi serão duas baixas de peso.

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O treino do FC Porto, no Olival, antes da partida para Sevilha LUSA/JOSE COELHO

O FC Porto “recebe” esta noite (20h, TVI/Eleven) o Chelsea em casa emprestada, em Sevilha, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, com o propósito de preparar terreno para tentar marcar de novo presença numa meia-final da competição. 

Os “dragões” estão, para já, de volta à Andaluzia, paragem que obriga a recuar 18 anos até à conquista da Taça UEFA. Território sagrado, portanto, onde disputarão as duas mãos por imperativos da pandemia da covid-19. Desta feita, para pisarem o relvado do Ramón Sanchez Pizjuán, não muito distante do Olímpico de La Cartuja, onde ergueram o troféu que precedeu a conquista da Liga dos Campeões, em 2004. 

Desde então, 17 anos volvidos, os portistas têm tentado romper sem sucesso o espartilho dos quartos-de-final, fase em que a elevada concentração de “tubarões” no concorrido tanque milionário dita as suas leis.

Mais uma vez, coube em sorte à equipa de Sérgio Conceição um adversário inglês, de recursos “inesgotáveis”, mas que enfrenta uma nova realidade. Sem público nas bancadas, não haverá, obviamente, a tradicional e impressionante atmosfera dos estádios ingleses que paralisa os adversários. E Sevilha, apesar de ainda pouco sufocante, já ameaça tocar os 30 graus centígrados, ambiente bem mais próximo do clima português. 

Pormenores provavelmente pouco relevantes em alta competição, mas que, somados, poderão aquecer os corações e a fé dos portistas, que procuram estabelecer uma ponte emocional entre esta eliminatória e a final de Sevilha de 2003. 

No lançamento do embate, em conferência marcada pela tentação de estabelecer uma comparação entre a Juventus e o Chelsea, para perceber se o FC Porto pode repetir a proeza dos “oitavos”, o treinador do campeão português garantiu “ambição e capacidade” para superar a equipa orientada pelo técnico alemão Thomas Tuchel. Sérgio Conceição reforçou a ideia de “não haver impossíveis, tanto no futebol como na vida”, ao mesmo tempo que relativizou o facto de a partida não poder ser realizada no Dragão, casa que aguarda o regresso da “família”.

Os adeptos, porém, compareceram no centro de treinos para apoiar a equipa. Mas os foguetes lançados durante a intervenção de Conceição serviram apenas para o técnico reforçar que ainda nada foi ganho, até porque há duas baixas de vulto já na primeira mão.

Sem o médio e melhor marcador da equipa, Sérgio Oliveira, nem o avançado Taremi, “vítimas” disciplinares do jogo de Turim, o FC Porto tentará não modificar a estratégia. Até porque são ausências incontornáveis mas não insuperáveis. De resto, nenhum deles viajou com a equipa, ao contrário de Marcano, que não está inscrito. Decisão assumida em defesa do repouso e da recuperação que a dupla exige nesta fase, garantiu Conceição.

“Gostaria de ter toda a gente disponível”, assumiu, admitindo mudanças em função destas ausências, ainda que “a estratégia fosse exactamente igual com ou sem os dois”. A palavra acreditar foi repetidamente lançada para a mesa, com o técnico a responder de forma pragmática, mas sem ir além do objectivo imediato de chegar às meias-finais.
“Quem não acreditar que pode vencer não pode vestir esta camisola. Essa crença e ambição estão patentes no dia-a-dia. Mas o mais importante é pensar no futuro próximo, que é o Chelsea”.

A primeira derrota dos “blues” sob o comando de Tuchel (que terá Kanté no banco, depois de uma lesão, e Pulisic em dúvida) e a “convulsão” provocada pelo episódio entre o guarda-redes espanhol Kepa e o central alemão Rudiger não alteram a posição do técnico português, que preferia ter visto os londrinos vencerem o West Bromwich, no passado fim-de-semana.

“Quando se perde um jogo assim [marcado pela expulsão de Thiago Silva], é diferente. Antes, o Chelsea tinha sido extremamente competente, consistente e forte. Esta derrota veio servir de alerta. Aliás, preferia que tivessem ganho. Assim, soou a sirene e despertou a equipa para o perigo”, concluiu Sérgio Conceição, que nem sequer incluiu o vídeo da derrota (2-5) dos “blues” na análise apresentada ao plantel. 

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