FC Porto cede perante a eficácia do Chelsea

Dois erros resultaram em dois golos numa noite em que os portistas criaram mais e melhores ocasiões mas não foram capazes de bater Mendy.

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Luis Díaz e Reece James em duelo intenso LUSA/JOSE MANUEL VIDAL

O FC Porto perdeu esta quarta-feira, por 0-2, em Sevilha, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, com um Chelsea frio e tremendamente eficaz, comprometendo a possibilidade de voltar a uma meia-final da prova.

Um erro na primeira parte e outro a poucos minutos do fim ditaram um resultado que não traduz o “atrevimento” portista, traído pela absoluta falta de pontaria num jogo em que não dispôs do avançado Taremi e do “goleador" Sérgio Oliveira. 

O FC Porto venceu o receio inicial, período em que Chelsea tomou conta do jogo e foi à procura do mapa do tesouro, e encontrou a indispensável confiança na primeira oportunidade de golo da partida, na sequência de um remate de Matheus Uribe.

O colombiano assumiu o papel de Sérgio Oliveira, com Grujic mais dedicado às batalhas do meio campo, e rompeu o cerco inicial, convidando a equipa a superar a timidez inicial e a mostrar aos ingleses que o caminho até às meias-finais não era mero passeio higiénico no parque.

De resto, durante uma boa parte do segundo quarto de hora de jogo, foram os portistas a imprimirem o ritmo e a empurrarem a equipa de Thomas Tuchel para a área de Mendy. O guarda-redes senegalês assumia mesmo papel importante na missão de travar a vaga “azul e branca”, sempre com Otávio , Corona e Luis Díaz a carburarem e os cantos a favor dos portugueses a sucederem-se.

Numa dessas ocasiões, Pepe esteve perto de marcar. Mas a ineficácia acentuava-se e acabaria por penalizar os “dragões”, que na primeira oportunidade do Chelsea sofreram um golo proibido a este nível: Zaidu abordou o lance no limite, na tentativa de cortar o passe de Jorginho para Mason Mount, e falhou, deixando o adversário enquadrado com a baliza, perante a impotência de Marchesín.

O argentino viu a bola passar sob a bota e o FC Porto passava para uma posição ingrata a partir dos 32 minutos. Thomas Tuchel, finalista vencido da última edição da Champions, aliviou a pressão que o Chelsea tentava exercer sobre o meio-campo portista, passando a gerir, com o conforto de de um golo (fora), os momentos de maior tensão, esperando por novo erro do adversário para poder tirar partido das qualidades de Timo Werner e Havertz.

A eficácia britânica ditava leis e obrigava o FC Porto a transcender-se no regresso das cabinas, o que Marega e Luis Díaz levaram à letra, criando as duas primeiras grandes situações de golo da segunda parte.

O avançado maliano encontrou o gigante Mendy a tapar a baliza e o colombiano tirou mal as medidas à baliza, falhando o alvo por centímetros. O FC Porto estava inteiro e capaz de provocar danos na armada inglesa. Mas, mais uma vez, faltava eficácia para estroncar o cofre de Stamford Bridge.

O Chelsea reagia e voltava a colocar o FC Porto em sentido, ameaçando marcar de novo num lance em que Marchesín confirmou não estar numa noite de alto nível. O argentino largou uma bola aparentemente fácil e só foi absolvido porque o lance apanhou Werner em posição irregular e porque Havertz também falhou escandalosamente com a baliza à mercê.

Estava dado o aviso, que obrigava a ajustes tácticos, com o banco inglês a entrar em acção, perante a calma de Sérgio Conceição, sem que o jogo ganhasse a definição de que os portistas precisavam para chegar ao empate. Faltou também uma justiça poética quando Marega foi carregado pelas costas e caiu na área do Chelsea, com o árbitro a interpretar como exagerada a queda do gigante portista face ao contacto, que por isso não terá merecido a devida atenção do VAR.

Antes de sentenciar o encontro, o Chelsea ainda enviou uma bola à barra, acabando por marcar instantes depois por Chilwell, numa falha de Corona que deixou mais uma vez Marchesín perante uma missão impossível.

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