Covid-19: britânicos não sabem se poderão viajar para o estrangeiro no Verão

Os britânicos estão actualmente proibidos por lei de passar férias no estrangeiro, ao abrigo dos poderes extraordinários que o Parlamento deu ao Governo para combater a pandemia.

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Boris Johnson confirmou que o Governo vai testar o sistema de passaporte de vacinas Reuters/POOL

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse esta segunda-feira que ainda é cedo para decidir se os residentes no Reino Unido poderão viajar para o estrangeiro este Verão, no meio das incertezas da pandemia de covid-19.

Boris Johnson confirmou que o Governo vai testar o polémico sistema de passaporte de vacinas – uma forma de as pessoas provarem que estão protegidas contra as formas graves da doença – como uma ferramenta para ajudar o regresso das viagens e dos grandes eventos, mas não deu certezas sobre a data em que esse modelo estará pronto.

Em comunicado, horas antes, o Governo anunciou que não suspenderá a proibição de viagens antes de 17 de Maio, admitindo que essa data possa ser adiada.

“O Governo espera que as pessoas possam viajar de e para o Reino Unido para fazer férias de Verão este ano, mas ainda é muito cedo para saber o que será possível”, pode ler-se no comunicado oficial.

Assim que as viagens forem retomadas, o Reino Unido classificará os países num sistema de semáforos (verdes, amarelos ou vermelhos com base no nível de vacinações, infecções e novas variantes do vírus).

O Reino Unido registou quase 127.000 mortes com o novo coronavírus, o número mais alto na Europa, mas as contaminações e os óbitos caíram drasticamente durante o actual confinamento e desde o início de uma campanha de vacinação que deu a primeira dose a mais de 31 milhões de pessoas — seis em cada 10 adultos.

O Governo pretende dar a todos os adultos pelo menos uma dose de vacina até Julho e espera que uma combinação de vacinação e testes em massa permita a socialização em ambientes fechados e o regresso de eventos em grande escala.

Os britânicos estão actualmente proibidos por lei de passar férias no estrangeiro, sob os poderes extraordinários que o Parlamento deu ao Governo para combater a pandemia.

Agora, o Governo anunciou que vai analisar um sistema de certificação de saúde, conhecido por passaporte de vacinas, testando-o numa série de eventos, incluindo jogos de futebol, espectáculos de comédia e corridas de maratona, em que os participantes serão testados antes e depois.

A questão dos passaportes para vacinas tem sido debatida em todo o mundo, levantando dúvidas sobre a legitimidade de os governos e empregadores terem o direito de saber sobre o estado de saúde das pessoas.

No Reino Unido, a ideia é contestada por muitos deputados, desde os trabalhistas aos conservadores.

O deputado conservador Graham Brady, que apoia o Governo, disse que os passaportes para vacinas seriam “intrusivos, caros e desnecessários”, enquanto o líder do Partido Trabalhista, na oposição, Keir Starmer, disse que a ideia é “não-britânica”.

Contudo, o Governo já disse que os passaportes de vacinas eram praticamente inevitáveis, uma vez que muitos países certamente exigem prova do estado das pessoas relativamente à covid-19.

No entanto, o Governo disse que os passaportes de vacinas nunca seriam necessários para aceder a “serviços públicos essenciais, transporte público e lojas de bens essenciais” e que locais como ‘pubs’ e restaurantes não seriam obrigados a usá-los pelo menos nos próximos meses.

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