Principal suspeito do desastre ferroviário em Taiwan libertado sob fiança
Ministério Público acusa responsável pela obra de onde deslizou o veículo que embateu no comboio de “homicídio por negligência” e pede recurso ao tribunal.
Um tribunal de Taiwan libertou este sábado sob fiança o responsável pela obra de construção civil de onde deslizou o veículo que embateu no comboio de passageiros que descarrilou na sexta-feira, à entrada de um túnel, causando a morte de pelo menos 51 pessoas e o ferimento de cerca de 190.
Segundo as primeiras investigações ao acidente, o veículo estava “mal estacionado” numa estrada próxima do túnel e deslizou por uma ravina até embater nas últimas carruagens do 408 Taroko Express, que fazia o trajecto entre a capital da ilha asiática, Taipé, e a cidade de Taitung, no Sudeste do território, com 496 passageiros a bordo.
Segundo a acusação, o suspeito, Lee Yi-hsiang, não garantiu que o veículo estava correctamente imobilizado e que o sistema de travagem estava accionado.
O tribunal de Haulien decidiu, ainda assim, pô-lo em liberdade, mediante o pagamento de 500 mil novos dólares taiwaneses (cerca de 15 mil euros) e da imposição de uma proibição de se ausentar do território nos próximos oito meses.
O Ministério Público taiwanês apresentou, no entanto, um recurso, argumentando que Lee Yi-hsiang deve ser responsabilizado pelo crime de “homicídio por negligência” e, nesse sentido, deve permanecer sob custódia das autoridades.
A decisão judicial aconteceu no mesmo dia em que as famílias dos mortos se reuniram junto ao troço da via onde ocorreu o descarrilamento, perto da cidade de Hualien, para prestar a sua homenagem.
Segundo a Reuters, muitos dos familiares levaram objectos pessoais das vítimas para um encontro muito emotivo, que incluiu uma cerimónia taoísta.
Entre as mortes confirmadas está a do condutor do comboio, de 33 anos, e a de uma rapariga de seis anos. Conta-se ainda a morte de um cidadão francês, um macaense e dois japoneses.
De acordo com as autoridades taiwanesas, neste sábado ainda havia 40 pessoas hospitalizadas, incluindo quatro que estão internadas nos cuidados intensivos.