Miguel Oliveira melhora, mas a estrela foi Jorge Martin

O piloto português foi 12.º numa qualificação marcada por uma pole position histórica do estreante espanhol Jorge Martin.

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Jorge Martin no Qatar DR

Uma semana depois de partir para a prova de estreia da temporada 2021 de MotoGP na 15.ª posição, Miguel Oliveira voltou a sentir dificuldades no circuito de Losail, no Qatar, mas conseguiu entrar na Q2, onde alcançou o 12.º melhor tempo. No entanto, o destaque na qualificação vai para o espanhol Jorge Martin. Aos 23 anos, e depois de em 2020 ter sido 5.º no Mundial de Moto2, o piloto da Pramac Racing surpreendeu ao conseguir uma pole position na segunda corrida da sua época de estreia no MotoGP.

Após conquistar o título de Moto3 em 2018 com a Gresini Honda - acabou a temporada com sete vitórias, dez pódios e 11 pole positions -, no ano passado, em Moto2, o jovem espanhol de San Sebastián de los Reys confirmou toda a sua qualidade, subindo ao pódio por seis vezes com a Red Bull KTM Ajo - venceu na Áustria e em Valência. Porém, um resultado positivo na despistagem à covid-19 deixou Martim de fora de duas corridas, hipotecando a oportunidade de conquistar o título.

No entanto, o talento de Jorge Martin não passou despercebido à Ducati, que assinou um contrato de dois anos com o espanhol, contratando-o para substituir Jack Miller na Pramac, a equipa satélite dos italianos, depois de o australiano ter sido promovido à formação de fábrica da Ducati.

Apenas um lugar acima de Miguel Oliveira na semana passada, Martin alcançou neste sábado o melhor tempo da qualificação na derradeira volta, concluindo o percurso em 1m53,106s, marca que relegou Johann Zarco, seu companheiro de equipa, para o segundo lugar a 0,157 segundos, enquanto Maverick Viñales (Yamaha) foi o terceiro mais rápido, a 0.161 segundo de Martin.

Numa sessão marcada pelo vento forte, que deixou a pista do circuito “suja” com areia e pó, Miguel Oliveira colocou a sua KTM na quarta linha da grelha de partida. O piloto de Almada começou por disputar a Q1, onde foi o segundo mais rápido atrás de Mir, com o tempo de 1m54,220s, mas na luta pela melhor posição nos 12 primeiros lugares foi claramente batido pela concorrência: com pneus de mistura macia, Oliveira foi o 12.º e último na Q2, com um registo modesto (1m55,096s).

O segundo round do MotoGP no circuito de Losail confirmou que a Ducati está claramente à frente da concorrência em potência. Há uma semana, Zarco atingiu os 362,4 km/h – desta vez a velocidade máxima atingida foi ligeiramente inferior (356,4 km/h) -, mas Michele Pirro, piloto de testes da equipa de Bolonha, garante que os 270 cavalos e o motor quatro cilindros em V pode fazer com que a Ducati ultrapassasse ainda este ano a barreira dos 400 km/h.

Em entrevista à Gazzetta dello Sport, Pirro apontou para o final de Maio, quando a grande recta da meta da pista de Mugello receber o MotoGP, como a altura onde se pode alcançar o impressionante registo: “No Qatar a recta tem pouco mais do que um quilómetro. Isso significa que em cerca de 800 metros passas de 80 para 360 km/h. Imaginem se tivermos mais 500 metros de aceleração.”

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