Sair de casa, agarrar a liberdade

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Teresa Pacheco Miranda

Somos um país incrível na diversidade que encontramos após uma hora de estrada. Mértola e Vila Praia de Âncora estão em dois continentes diferentes, certo? E, porém, não: no mesmo país e com algumas horas de estrada podemos viver esses dois mundos. O território entre o Minho e o Vouga, onde se produz o Vinho Verde, é assim diverso, mas em tamanho pequeno. É a minha única justificação para não sugerir um só passeio. Pudesse, e iria todos os dias lá para fora.

De carro pela EN108, marginal ao Douro, do Porto até Baião, parando em cada esplanada ribeirinha, visitando os monumentos da Rota do Românico. Se não estivesse ninguém a ver, roubava uma laranja na Pala, Baião, doces e saborosas que fazem frente às algarvias. Amarante é imperdível. Deixe lá o carro. A ferrovia de Amarante a Arco de Baúlhe é agora uma ecovia fabulosa para fazer a pé ou a pedalar, com paisagens de sonho e muitos turismos para pernoitar. 

Mais a norte, a ecovia Ponte de Lima-Ponte da Barca, que segue mesmo ao lado do rio, garante algumas horas de paz e de ar puro. Descanse na Barca e siga em direcção aos Arcos de Valdevez e sempre ao longo do rio Vez, pela serra acima até Sistelo.  Ali ao lado, no topo da serra de Arga vê-se o mundo. O problema é escolher a descida: para a costa onde o peixe é o rei nas mesas de Viana e de Afife, ou para leste, onde Ponte de Lima tem uma oferta imperdível de gastronomia regional?

Mas, sem esquecer o sul da Região: Arouca, Vale de Cambra, Resende, Castelo de Paiva, Cinfães, tanto mundo de águas puras e tempo que passa sereno. Tudo isto nos 48 concelhos onde se produz Vinho Verde.

Acredite, eu ficava aqui o dia todo a dar ideias.

Foram estes desafios que uniram o Público e a Comissão dos Vinhos Verdes no projecto de fazer a Singular, que leva até si estas e muitas outras ideias para agarrar o país maravilhoso onde vivemos. Beba com moderação e boa leitura!


Este artigo foi publicado no n.º 1 da revista SingularDownload disponível aqui.

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