Vice-almirante garante que grupos prioritários estarão vacinados até 11 de Abril

“Poderão ficar pequenas bolsas que não conseguimos contactar, mas a grande maioria desta comunidade, que tem que ver com salvar vidas, estará fechada até 11 de Abril”, garantiu o coordenador de grupo de trabalho.

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LUSA/RODRIGO ANTUNES

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, responsável pelo grupo de trabalho da vacinação contra a covid-19, diz que todos os grupos prioritários levarão pelo menos a primeira dose da vacina contra a covid-19 até 11 de Abril. 

“Previmos fechar a 100% as ERPI [estabelecimentos residenciais para idosos], os mais de 80 anos e [o grupo] dos 50 até aos 80 anos com comorbilidades tipo 1 até dia 11 de Abril”, afirmou nesta quarta-feira de manhã, na Comissão da Saúde, no Parlamento. “Poderão ficar pequenas bolsas que não conseguimos contactar, mas a grande maioria desta comunidade, que tem que ver com salvar vidas, estará fechada até 11 de Abril.”

Essas pessoas, porventura mais velhas e infoexcluídas, não ficarão de fora. “Pedimos às autarquias para nos ajudarem a identificá-las”, esclareceu. Estima-se que sejam 40 mil. “As cinco regiões [de saúde] estão a trabalhar para irem vacinar essas pessoas, que estão acamadas.”

Gouveia e Melo repetiu que, nesta primeira fase, 90% das vacinas foram alocadas ao salvamento de vidas e as outras 10% à resiliência dos serviços do Estado. Rejeitando uma eventual “inversão da estratégia” na segunda fase, frisou que seguirá o critério da idade que está definido pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

O militar conhece bem a pressão de fisioterapeutas e de outros grupos: “Todos os grupos são importantes. Todos têm justificações, mas não dá”, afirmou. “Não podemos ir de grupo profissional em grupo profissional.”

Até às 18h de domingo, tinham tomado a segunda dose da vacina 500.275 pessoas. A média ainda é 50 mil doses aplicadas por dia, mas no sábado Portugal alcançou um máximo diário de 62 mil vacinas. Atendendo às remessas que estão para chegar, o ritmo deverá agora acelerar.

Em Abril, com o arranque dos postos de vacinação rápida, prevê-se começar a vacinar 60 mil pessoas por dia. Uma transição até às 100 mil, com picos de 150 mil. A esta velocidade, o vice-almirante está convencido de que, até ao final do Verão, se tudo decorrer como o previsto, o mesmo se poderá dizer de mais de 70% da população.

Para a campanha de vacinação em massa serão necessários cerca de 2500 enfermeiros, 400 médicos e 2300 auxiliares, incluindo administrativos. Há uma parte que já está a trabalhar nos cuidados de saúde primários. Gouveia de Melo julga que os outros hão-de aparecer.

“A ideia é usar até 20% dos enfermeiros que estão nos cuidados primários de saúde”, explicou. “Como sabem, são nove mil enfermeiros, portanto, 20% são 1800 enfermeiros e depois acrescentar a estes 1800 os enfermeiros que forem necessários e os recursos humanos que forem necessários para os postos de vacinação rápida.”

A expectativa é de grande aumento de eficácia. “Com os mesmos recursos humanos, nós conseguimos ter uma eficiência muito superior nesse processo, para além da comodidade, para além da segurança física, porque são feitos em grandes espaços arejados, o que permite uma maior segurança e distanciamento físico”, argumentou.

O militar admitiu ainda falhas no processo, mas desvalorizou-as. Alegou que é impossível levar a cabo uma operação desta dimensão sem falhar. 

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