Moedas acusa PS de usar comissão de inquérito do Novo Banco com fins políticos

Médico Ricardo Mexia é o director de campanha do candidato PSD/CDS a Lisboa.

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Carlos Moedas, candidato à Câmara de Lisboa LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Na rotunda do Marquês de Pombal, atrás do primeiro cartaz acabado de inaugurar como candidato à câmara de Lisboa, Carlos Moedas acusou o PS de usar a comissão de inquérito ao Novo Banco para o visar politicamente enquanto adversário do socialista Fernando Medina.

“Não vou lá como ex-secretário de Estado, mas como candidato à Câmara de Lisboa”, afirmou aos jornalistas a propósito da sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco marcada para a próxima terça-feira. O PS pediu para ouvir vários responsáveis políticos aquando a resolução do BES em 2014. 

O candidato do PSD/CDS, que já tinha dado um depoimento numa comissão de inquérito anterior sobre o BES, considera que já “tudo foi dito e esclarecido” sobre a matéria e por isso o gesto do PS de o chamar ao Parlamento “só pode ser político”.

Apesar de se mostrar disponível para comparecer, Carlos Moedas não esconde que essa colagem faz parte de uma campanha negativa e rejeita uma réplica. “Não vou fazer uma campanha assim”, disse.

O social-democrata falava aos jornalistas ao lado do director de campanha, o médico Ricardo Mexia, que foi anunciado naquele momento como tendo aceitado o cargo. Já é a segunda personalidade ligada à saúde a integrar a equipa autárquica de Moedas. O primeiro foi o virologista Pedro Simas, que será o responsável pela elaboração de um plano para preparar Lisboa para futuras pandemias.

Ricardo Mexia, militante do PSD, é especialista em saúde pública e epidemiologista, e tem ganho notoriedade por causa da pandemia. A escolha não representa uma “direcção de campanha típica” mas sim de alguém que vem de fora e que “gosta de política”, justificou.

A apresentação do director de campanha aconteceu depois da inauguração do primeiro cartaz de Carlos Moedas em que o candidato está recortado e a sair do outdoor como é habitual nas campanhas desenhadas pela agência Mosca. Com um fundo azul e sem símbolos partidários, lê-se a frase: “Lisboa pode ser mais do que imaginas”. Os símbolos partidários estarão em cartazes futuros, assegurou o candidato apoiado pelo PSD/CDS, PPM, MPT e Aliança. 

Na primeira iniciativa como candidato, Carlos Moedas aproveitou para apontar o dedo à gestão socialista dos últimos anos protagonizada por Fernando Medina e também António Costa. “Estes 14 anos estão esgotados, esta presidência da câmara está esgotada, Lisboa pode ser mais do que imaginamos, mais perto das pessoas, mais ciência, mais cultura”, afirmou Carlos Moedas.

Em representação do CDS estava Filipe Anacoreta Correia, que esteve na mesa das negociações com o PSD para as listas e que é apontado como candidato a vereador por indicação dos centristas.

Carlos Moedas não quis, no entanto, comentar nomes que farão parte da composição das listas já fechadas com o CDS.

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