Naomi Osaka tem um recado para quem gosta de sushi mas não gosta de asiáticos

Só durante o último ano registaram-se 3795 ataques contra ásio-americanos nos Estados Unidos.

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A jovem tenista de 23 anos é filha de mãe japonesa e pai haitiano LUSA/RHONA WISE

A tenista Naomi Osaka usou as redes sociais para condenar a violência contra os asiáticos que se tem vindo a sentir nos EUA. “Se as pessoas gostassem tanto de asiáticos como gostam de chá bubble, anime, mochi, sushi ou matcha”, escreveu, juntando-se, assim, a outras celebridades que se têm manifestado contra o racismo, depois de seis mulheres de ascendência asiática terem sido assassinadas por um atirador em Atlanta, em meados deste mês. 

Só durante o último ano — entre 19 de Março de 2020 e 28 de Fevereiro de 2021 — registaram-se 3795 ataques contra ásio-americanos no país, de acordo com a organização Stop AAPI Hate. O Centro de Investigação Pew analisa também que três em cada dez ásio-americanos já foram vítimas de insultos ou piadas, desde o início da pandemia de covid-19.

No Twitter, Naomi Osaka condenou, no passado sábado, a violência contra os asiáticos. A jovem de 23 anos é filha de mãe japonesa e pai haitiano. “Imaginem lucrar e desfrutar de coisas que vêm de uma cultura e depois atacar ou diminuir o grupo étnico que as criou”, justificou.

Osaka partilhou a mesma publicação no Instagram com a hashtag #StopAsianHate (do inglês, Parem com o ódio contra asiáticos) na legenda, lamentando que tenha de existir uma palavra ou frase nas redes sociais sobre este assunto: “Devia ser senso comum, mas parece que agora o senso comum é incomum neste mundo.”

Não é a primeira vez que a jovem tenista fala publicamente sobre a injustiça racial, tanto nas redes sociais, como em entrevistas e eventos. Durante o Open dos EUA — o maior torneio de ténis do país —, que Osaka venceu pela segunda vez, usou máscaras com nomes de diferentes vítimas de violência policial.

Já várias celebridades asiáticas dos EUA se manifestaram contra a violência racial do último ano. Sandra Oh — actriz de Anatomia de Grey ou Killing Eve — disse, numa manifestação em Pittsburgh, na Pensilvânia, a 20 de Março, que esta é “para muitos”, a “primeira vez” que têm oportunidade “expressar o medo” que há muito sentem. Também o actor Daniel Dae Kim, da série The Good Doctor, contou que uma vez lhe disseram que “os asiáticos são estatisticamente irrelevantes” nas estatísticas e sondagens dos EUA.

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