João Ferreira apresenta candidatura que quer ser “espaço de convergência”

O eurodeputado comunista irá abandonar o cargo em Julho, deixando o Parlamento Europeu 12 anos depois de ter sido eleito.

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A apresentação de João Ferreira aconteceu nos jardins do Museu da Cidade de Lisboa LUSA/MIGUEL A. LOPES

Sem surpresas, João Ferreira apresentou-se nesta segunda-feira como candidato à Câmara de Lisboa, em representação da CDU (coligação que junta PCP e PEV). A apresentação oficial aconteceu horas depois de o PCP ter feito saber que o eurodeputado comunista irá abandonar o seu cargo no Parlamento Europeu em Julho, para que possa prosseguir com “a sua intervenção e responsabilidades designadamente no âmbito das eleições autárquicas”. No discurso de apresentação, o comunista descreveu a sua candidatura como “um espaço de convergência" e sublinhou que este é o tempo de erguer, “em bases renovadas”, uma “governação democrática”. E já fala em voto útil.

“A CDU é e será espaço de convergência de todos os que se revêem nesta convergência e de todos os que não desistem de lutar pelo direito à cidade”, declarou João Ferreira. Depois de listar as prioridades que a CDU levará a esta corrida autárquica, João Ferreira vincou que o projecto da CDU “não vai resultar das estafadas opções dos responsáveis pela Lisboa que temos”. 

Rejeitando a ideia de uma corrida autárquica “bipolarizada” à esquerda e à direita, João Ferreira declarou que Lisboa "viverá fora de uma encenada bipolarização a que alguns recorrem para confinar as escolhas dos cidadãos” e acrescentou que o voto útil será aquele que garantir “o direito a uma Lisboa diferente daquela que resultou das políticas que entravaram o passo da cidade nas últimas duas décadas”. 

Nesse sentido, o candidato foi a todas as áreas: mais cultura, mais espaços verdes, menor poluição, mais emprego, mais e melhores transportes públicos melhores, habitação acessível e mais emprego. João Ferreira defendeu que Lisboa deverá ter “um planeamento urbanístico democrático e transparente” e a “expressão das necessidades e anseios” da população, que “ordene os usos do solo” e “compatibilize de forma harmoniosa a vida na cidade”.

João Ferreira quer uma cidade com “novas centralidades”, que valorize “a vida nos bairros” e na qual o interesse público esteja acima do “interesse privado e especulativo”. O candidato insistirá numa política de habitação com custos acessíveis e que atraia residentes “jovens e menos jovens” para “uma cidade aberta ao país e ao mundo” e que “combata as exclusões e todas as discriminações”. 

Para Lisboa, o candidato da CDU quer também uma “economia diversificada” e que estimule a criação de emprego. A política da mobilidade também será uma prioridade, defendeu, prometendo um transporte público “mais cómodo, mais seguro, mais frequente, mais rápido e mais barato” até à tendencial gratuitidade.

Na área da Cultura, João Ferreira pediu uma cidade que “não confunda política cultural com uma programação cultural e de organização de eventos” e que “não reduza a cultura à animação cultural”, mas sim “um direito de todos a toda a cidade” e não “um mero adorno” para alguns.

Até agora, existem seis candidatos confirmados na corrida à Câmara de Lisboa. À esquerda, além de João Ferreira, é já conhecida a candidatura da deputada bloquista à Assembleia da República, Beatriz Gomes Dias. À direita, são também já conhecidas as candidaturas do social-democrata Carlos Moedas (que, além do PSD tem o apoio do CDS, do Partido Popular Monárquico, do Movimento Partido da Terra e da Aliança); o liberal Bruno Horta Soares (que substitui o candidato original da Iniciativa Liberal, Miguel Quintas); o ex-apresentador televisivo Nuno Graciano pelo Chega e Tiago Matos Gomes, fundador e líder do Volt. 

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