Cartas ao director

Camisola poveira

Ao invés de convidar a estilista norte-americana Tory Burch a visitar a Póvoa de Varzim, a edilidade camarária poveira ameaça com processo em tribunal pela indevida apropriação da tradicional camisola poveira, fazendo-a constar do seu catálogo de vendas, como sendo de inspiração mexicana. Segundo noticiou a Visão, a consultora de design de Tory Buch é portuguesa. A publicidade feita à volta da fantástica camisola só fez disparar a curiosidade sobre esse traje e sobre o concelho poveiro. Não se compreende como a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim não iniciou há mais tempo o processo de certificação no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. O PÚBLICO está de parabéns por ter sido o primeiro jornal a noticiar a apropriação.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Era uma vez um cão muito peludo

O que tenho lido sobre o negócio da compra da Groundforce (GF)  têm-me sido muito útil e formativo em negócios. Aproveitando os ensinamentos da GF e do “sistema GF”, dei um presente aos meus filhos, que há muito tempo me pediam para lhes comprar um cão. Só que o bicho que eles queriam era um daqueles especiais, com pedigree, muito pequeninos e de pêlo encaracolado abundante, que cabem num bolso. Só que estes animais custam balúrdios e o mais barato que encontrei não ficava por menos de três balúrdios. E eu não tinha esse pecúlio, longe disso.

Foi então que usei o “sistema GF” e acordei com o dono do perro o seguinte negócio. Ele dava-me o cão e fazíamos um contrato pelo qual eu, no prazo de três anos, lhe pagava o animal, dando como garantia o meu bom nome na praça por ser proprietário de uma empresa de transportes (de cães). Fechado o contrato, levei o bicho ao tosquiador que lhe cortou o pêlo raso. Ora o pêlo desta raça tem um alto valor de mercado e vendi-o facilmente por dois balúrdios. Dei um ao vendedor e guardei o outro. Um ano depois o pêlo tinha crescido o suficiente para nova tosquia e outros dois balúrdios. Paguei uma segunda prestação e esperei outro ano. Depois de nova tosquia facturei mais dois balúrdios, paguei a última prestação e ainda amealhei três balúrdios.

É o que se chama comprar um cão com o pêlo do mesmo cão. Perceberam o sistema?

Jorge Mónica, Parede

Artigo de Maria João Marques

Maria João Marques publicou no dia 24 de Março, no PÚBLICO, um artigo intitulado “Como nos protegemos dos negacionistas da vacina covid?”. Quero começar por declarar que sou a favor das vacinas, irei tomar a vacina contra a covid-19 e considero a presente pandemia um grave risco para a saúde; nisso, estou de acordo com Maria João Marques. O que já questiono é a ideia subliminarmente transmitida de obrigatoriedade da vacina. É que o raciocínio de Maria João Marques assenta num pressuposto que me parece errado: o de que os vacinados não contagiam. Ora, pelo que julgo saber (e a não ser assim espero ser corrigido), a vacina evita o desenvolvimento da doença mas não evita a entrada do vírus no organismo nem a possibilidade de contágio. Deste modo, acho que a ideia da Maria João Marques não é sustentada pela Ciência.  

José Jorge Abreu, Cascais

Negacionistas

Maria João Marques no seu artigo advoca que quer iniciar um debate sobre os negacionistas das vacinas, mas começa mal. Em primeiro lugar assume como certo que os negacionistas não acreditam na covid-19, nem nas máscaras, nem nas vítimas e acaba a comparar o espírito de sacrifício dos negacionsitas aos resistentes nazis. Só lhe faltou acrescentar que acreditam que a terra é plana, para que o quadro “maluquinhos” ficasse completo. Ora não é assim, existem muitas pessoas anti-vacinas que não negam a covid-19, e os vacinados são, segundo os especialistas, quem estará protegido, mas não deixaram de ser portadores. Todas as vacinas foram aprovadas com carácter de emergência, o que quer dizer que não o teriam sido em situação normal. E finalmente, não se refere aos perigos sobre abrir um precedente de obrigatoriedade. Se Maria João Marques quer iniciar um debate sobre os não vacinados acho bem, mas era bom que começasse de um modo mais sério, com tanto preconceito não há debate possível.

Patrícia Vieira, Penela

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