Ser sem-abrigo, ver desaparecer os bens e ter de recomeçar apenas com a roupa do corpo

Muitas vezes há bens deixados nos locais de pernoita que desaparecem. Alguns desaparecem por roubo, mas há quem atribua o desaparecimento a acções de moradores ou às rotinas de higienização. Autarquia garante que só é recolhido o que está estragado.

Foto

Há três semanas, M., quase a completar 52 anos, ficou sem todos os bens que tinha. Vive desde os 12 anos nas ruas do Porto e ao longo de quatro décadas a viver sem tecto já várias vezes teve de recomeçar do zero. Na entrada do prédio onde pernoita guarda também tudo o que vai coleccionando, roupa e tudo o que precisa para se abrigar durante a noite. Por norma, não sai do local que encontrou para usar como sua base. Mas há uns dias largos precisou de se ausentar durante uma tarde. Quando chegou já lá não estava nada do que deixou para trás. Até hoje, não sabe quem lhe subtraiu os pertences. Pouco tempo teve para pensar nisso. Objectivo principal era reunir o mínimo para passar mais uma noite na rua.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 17 comentários