Advogada renuncia à defesa de Rosa Grilo

Tânia Reis e o antigo inspector da Polícia Judiciária João Sousa foram acusados de plantarem provas falsas no cenário do homicídio, a casa do casal.

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Tânia Reis era até agora a advogada de Rosa Grilo LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

A advogada que defendia Rosa Grilo desde que a viúva do triatleta se tornou suspeita do homicídio do marido, Tânia Reis, deixou de representar a reclusa.

A renúncia à defesa de Rosa Grilo, cuja condenação a 25 anos de cadeia foi confirmada esta quinta-feira pelo Supremo Tribunal de Justiça, surge depois de Tânia Reis e de um consultor seu, o antigo inspector da Polícia Judiciária João Sousa, terem sido acusados pelo Ministério Público de plantarem provas no local do crime, a residência do casal em Cachoeiras, no concelho de Vila Franca de Xira.

Em causa está o surgimento de fragmentos de bala numa banheira da habitação perto de dois anos depois de a Polícia Judiciária ter inspeccionado o local e de nada do género ter encontrado na casa de banho, numa altura em que Rosa Grilo se encontrava em prisão preventiva.

Segundo a acusação, a advogada e o consultor – que já esteve na cadeia por ter sido condenado por corrupção - apoderaram-se, “de forma não concretamente apurada”, dos dois invólucros dos projécteis provenientes de munições já deflagradas e ainda de dois fragmentos de bala. Tudo material proveniente da arma do amante de Rosa Grilo, o funcionário judicial António Joaquim, absolvido em primeira instância do homicídio mas condenado a seguir pelo Tribunal da Relação de Lisboa também a 25 anos de cadeia. Tânia Reis e João Sousa “gizaram um plano para alterar o rumo do julgamento” e distribuíram estas provas forjadas pela casa, diz o Ministério Público. Depois chamaram a GNR e a comunicação social.

A versão desta dupla é, porém, diferente. Em declarações à TVI, o antigo inspector explicou que só percebeu que a banheira se apresentava intacta e sem vestígios de bala quando Rosa Grilo foi presa, em Setembro de 2018, depois de consultar esta sexta-feira o processo em que é arguido, e do qual constam fotografias feitas à banheira pela Polícia Judiciária nessa altura. Ou seja, nesta versão dos factos terá sido alguém a mando de Rosa Grilo e com acesso à residência que terá forjado provas falsas para alterar o desfecho do julgamento, que estava a decorrer quando Tânia Reis e João Sousa encontraram estes vestígios.

Ambos terão agora de responder perante a justiça por simulação de crime, detenção de arma proibida e favorecimento pessoal. A alegada descoberta de Fevereiro de 2020 e incluiu ainda o surgimento de invólucros de dois projécteis num guarda-jóias e numa gaveta de uma cómoda no quarto do casal. Tudo material proveniente da arma do amante de Rosa Grilo, o funcionário judicial António Joaquim, absolvido em primeira instância deste homicídio mas entretanto condenado também a 25 anos de cadeia.

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