Pelo menos 32 mortos e dezenas de feridos em colisão de comboios no Egipto

O acidente aconteceu a mais de 400 km a sul do Cairo. Os comboios não seguiam a muita velocidade e o choque foi provocado pela activação dos travões de emergência de um deles.

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As autoridades enviaram 36 ambulâncias para o local da colisão EPA

Dois comboios chocaram esta sexta-feira no centro do Egipto, provocando pelo menos 32 mortos e 84 feridos, adiantam responsáveis do Ministério da Saúde. A colisão aconteceu depois de os travões de emergência de um dos comboios terem sido activados por “indivíduos desconhecidos”, diz a autoridade ferroviária do país, que é cenário frequente de acidentes ferroviários.

Os dois comboios viajavam na mesma direcção. Assim, quando os travões fizeram parar um dos comboios o segundo bateu-lhe por trás. A autoridade ferroviária diz que a investigação para apurar o que aconteceu está a decorrer, enquanto a Procuradoria anunciou ter ordenado a sua própria investigação ao acidente.

A colisão aconteceu entre as cidades de Tahta e Sohag, junto ao rio Nilo, mais de 400 km a sul do Cairo. “Os comboios chocaram quando não viajavam a grande velocidade, o que levou à destruição de duas carruagens e fez com que uma terceira capotasse”, diz uma fonte dos serviços de segurança à Reuters.

Imagens divulgadas nos media egípcios mostram os vagões descarrilados, alguns em mau estado, acima de um canal de água. Os vídeos deixam ver carruagens com passageiros bloqueados no seu interior, rodeados de destroços. Há pessoas que parecem estar inconsciente, outras que sangram.

De acordo com o Ministério da Saúde, as autoridades enviaram 36 ambulâncias para o local e os feridos têm estado a ser transferidos para hospitais da região.

O Egipto tem uma das maiores e mais antigas redes de caminhos-de-ferro do Norte de África e os acidentes com vítimas não são raros. Em 2016, pelo menos 51 pessoas morreram quando dois comboios suburbanos chocaram perto do Cairo. Um ano depois, dois comboios de passageiros colidiram à entrada de Alexandria, matando 43 pessoas – em 2017 houve pelo menos 1793 acidentes de comboio no país.

Já em 2018, o Presidente, Abdel-Fattah al-Sissi, disse que faltavam ao seu Governo perto de 12 mil milhões de euros para renovar o degradado sistema ferroviário. Sissi falava um dia depois de um comboio de passageiros ter chocado com um comboio de carga, provocando a morte de 12 pessoas, incluindo uma criança.

Num comunicado publicado nas redes sociais, Sissi já lamentou os mortos de mais este incidente, garantindo que os responsáveis serão punidos. De acordo com a televisão estatal, o chefe de Estado pediu ao primeiro-ministro para de deslocar ao local com os ministros da Saúde e da Solidariedade Social.

O acidente de comboio mais grave no Egipto aconteceu em 2002, quando quase 400 pessoas morreram durante um incêndio num comboio que viajava do Cairo para o Sul do país.

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