A pandemia “matou” a maior agência de paparazzi (e Meghan Markle deu a última estocada)

Com as estrelas confinadas e processos que poderão resultar em indemnizações chorudas, a maior agência de paparazzi deu entrada com um pedido de protecção contra credores.

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Uma escultura de um paparazzo, um caçador de fotografias "surpresa" de celebridades, em Bratislava EPA/CTK/SAMUEL KUBANI

A Splash News & Picture Agency foi fundada em 1990 e era tida como a maior fornecedora de imagens das celebridades, a maioria das vezes obtidas sem autorização. Mas com as estrelas confinadas, por conta da pandemia, e com uma dispendiosa luta em curso com uma ex-funcionária, a agência deu entrada com um pedido de protecção contra credores, accionando o Capítulo 11 das insolvências. A última estocada coube a Meghan Markle, que deu entrada com um processo contra a agência na sequência de fotografias tiradas durante um “passeio privado em família” num parque no Canadá.

“Os problemas financeiros da Splash provêm de três fontes”, explicou a presidente da Splash, Emma Curzon, numa declaração apresentada como parte do pedido de falência e citada pelo site Hollywood Reporter. “Como consequência da pandemia global, a disponibilidade de imagens de celebridades diminuiu e os orçamentos das empresas de comunicação social foram cortados para reflectir desafios macroeconómicos mais vastos. Esta situação foi exacerbada por dois casos de litígio em curso e pelos custos de defesa dos mesmos.”

Os dois casos de que Emma Curzon fala dizem respeito, por um lado, a uma questão em torno do direito do trabalho e, por outro, a uma acção interposta por Meghan Markle. Sobre a última, que poderá ter constituído a derradeira gota de água, a duquesa processou a agência por fotos tiradas durante um “passeio privado em família” num parque no Canadá. E, apesar de um porta-voz da Splash se ter comprometido a, no futuro, “não tirar fotografias não autorizadas da família do duque e da duquesa de Sussex”, não foi conseguido “um acordo financeiro dentro dos recursos” da agência. Isto porque, segundo a presidente da Splash, “o caso envolve questões relacionadas com a liberdade de expressão ao abrigo da lei do Reino Unido”, tendo-se revelado “insuportavelmente caro para a Splash continuar a sua defesa”.

Já o outro caso em que a Splash é arguida envolve a antiga gerente de contas da empresa, Esmeralda Servin, que denuncia ter sido sujeita a observações sexistas, reclamando ainda o facto de ter sido despedida depois de ter levantado questões acerca da transparência financeira das contas da companhia. Emma Curzon informou o tribunal de falências que nem o seguro conseguiria cobrir a responsabilidade nem a empresa se mostrava com saúde financeira para cobrir as despesas com a defesa neste caso.

Se aprovado, o Capítulo 11 das insolvências impedirá os credores de confiscarem os activos da Splash enquanto esta tenta trabalhar num programa de reestruturação.

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