Estar em Casa: já que estamos presos, estejamos juntos

Na sua terceira edição, o programa desenhado por Anabela Mota Ribeiro e André e. Teodósio torna-se estranhamente literal: dias 27 e 28, o Estar em Casa, que fazia do São Luiz uma casa aberta, passa para as salas dos muitos cúmplices da dupla.

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A primeira edição do Estar em Casa, programa que André e. Teodósio partilha com a jornalista Anabela Mota Ribeiro, aconteceu em 2016 Miguel Manso

Há uns anos, estava André e. Teodósio (membro do Teatro Praga) acometido por uma constipação sazonal e vendo aproximar-se Maria de Assis (actual presidente da comissão científica do Plano Nacional das Artes) advertiu-a que era melhor não se aproximar e não se cumprimentarem como habitualmente, não fosse o caso de partilharem algum agente viral. “A saúde também se passa”, respondeu-lhe Maria de Assis, frase que Teodósio guarda consigo desde então. “Se há uma ideia de não querer ferir os outros a partir de algo que não dominamos, que pode contaminá-los e determinar a sua incapacidade futura familiar e laboral”, diz ao PÚBLICO, “há também o contrário.” A saúde passa-se, portanto, e essa é uma noção fundamental para a terceira edição do Estar em Casa, programa que André partilha com a jornalista Anabela Mota Ribeiro desde 2016, numa acção que, até agora, pretendia abrir as portas do São Luiz, em Lisboa, a actividades e práticas menos habituais numa sala de teatro. Houve sempre espectáculos, claro, mas também aulas de pintura de paredes, visitas guiadas, consultórios de Tarot ou cartas de amor, sexo ou Edward Hopper explicados às crianças, num alargamento daquilo que a palavra teatro comporta.

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