Testar, rastrear e “vacinar mais” são fundamentais, mas é preciso “sensatez” na Páscoa, diz Presidente

Marcelo Rebelo de Sousa apela a todos, portugueses e Governo, passos para um “desconfinamento bem sucedido”.

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Marcelo apela a sensatez na Páscoa LUSA/RUI OCHÔA

Na renovação de mais um estado de emergência, a 14.ª da pandemia - e depois do silêncio a que se remeteu na última vez -, o Presidente da República fez esta quinta-feira uma declaração ao país em que apela todos, portugueses e Governo, que façam a sua parte para um “desconfinamento sensato e bem-sucedido”. Com testagem, rastreio e vacinação, como sublinhara já na tomada de posse para o segundo mandato, mas também com “sensatez durante a semana da Páscoa”.

Alinhado com o Governo e também com o PSD no apelo a que os cidadãos sejam responsáveis, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “são dias muito importantes, porque a Páscoa é, entre nós, um tempo de encontro familiar intenso”. E lembrou que, logo a seguir, abrem mais escolas, actividades económicas e sociais, e muito maior circulação de pessoas”.

“Temos de dar esses passos, de modo a que os números de infectados, de cuidados intensivos e de mortos, assim como o indicador de transmissão ou contágio, não invertam a tendência destes últimos dois meses, nem aumentem por forma a travarem o que todos desejamos – o esbatimento da pandemia antes do Verão”, alertou.

Mas as suas primeiras palavras foram para o “desafio imediato” da testagem, rastreio e vacinação “a começar nos próximos dias até à Páscoa”. Testar e rastrear desde logo nas escolas – “um esforço enorme, mas essencial para garantir a confiança e reforçar a segurança”.

E também “vacinar mais e mais depressa”, disse, apelando a que se faça “tudo” para “recuperar o tempo” perdido devido ao atraso no fornecimento de vacinas, de forma a “converter o milhão de primeira toma, e o meio milhão de duas tomas de agora, nos 70% de imunizados em Setembro”. O Presidente foi, aliás, o primeiro a atirar essa data para Setembro. O líder da task force da vacinação, o vice-almirante Gouveia e Melo ainda não tinha ido além de Agosto.

Se o atraso no fornecimento é preocupante, a suspensão da vacina da AstraZeneca na semana passada é vista por Marcelo como “mais perturbadora”. “Surgiram dúvidas e, depois, decisões individuais de vários Estados da União Europeia suspendendo o recurso a determinada vacina”, lembrou, para depois afirmar que a questão “acabou por ser resolvida com a intervenção da Agência Europeia do Medicamento, que confirmou a segurança e a eficácia da vacina suspensa”.

“Testemos, vacinemos, mas, cumpramos, também, as regras sanitárias, desse modo contendo o risco de contágio”, apelou. Se assim se fizer ao longo do plano de desconfinamento, previsto até 3 de Maio, “criaremos as condições para sair do estado de emergência”, afirmou.

Depois de ouvir as reservas dos partidos que votaram contra o estado de emergência (PCP, PEV, IL e Chega) ou se abstiveram, como o BE, Marcelo sentiu necessidade de voltar a explicar que esta situação de excepção constitucional, imposta por lei desde 1986, “tem existido para dar solidez jurídica reforçada às medidas restritivas indispensáveis em tempos de mais severo combate à pandemia”. E fez questão de dizer que o seu desejo é sair dele: “Quanto mais depressa as restrições possam ser levantadas, mais depressa será possível abrir caminho ao fim do estado de emergência”

“Estamos mais perto do que nunca”, disse, mas “ainda não chegámos à meta que desejamos”. Para já, reforçou, “há, ainda, caminho a fazer”, “cuidado a observar”, “moderação a manter”. A começar pela Páscoa: “Com prudência, com sentido de solidariedade, com esperança acrescida de futuro”.

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