Ministro do Ensino Superior não apoia vacinação prioritária de professores do superior

Manuel Heitor não apoia as reinvindicações de que os docentes e funcionários do ensino superior devem ser vacinados contra a covid-19 já nesta fase, e apela a que se cumpra o plano “como está”.

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Segundo o governante, “este ano e pela primeira vez” há “mais de 51% dos jovens de 20 anos a estudar no ensino superior” Rui Gaudencio

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, disse esta quarta-feira que o plano de vacinação contra a covid-19 “é para ser cumprido” e que os professores do ensino superior “não devem passar outras prioridades”.

Questionado sobre as reivindicações feitas nos últimos dias para que professores e funcionários do ensino superior sejam incluídos na vacinação contra a covid-19, à semelhança dos outros níveis de ensino, Manuel Heitor disse aos jornalistas não conseguir “apoiar qualquer iniciativa de âmbito corporativo nessa área”.

Na sua opinião, os docentes deste grau de ensino “não devem passar outras prioridades” e defendeu que o “plano de vacinação deve ser cumprido nos termos em que foi feito”.

“O ensino superior é particularmente específico, o número de horas de contacto é particularmente reduzido e há muitas outras profissões que são tão aptas a ser vacinadas como o ensino superior. Devemos seguir o plano como está, com firmeza e segurança e garantir que atingimos rapidamente a imunidade de toda a população, e apelo aos docentes do ensino superior que sejam solidários com toda a população”, frisou.

Os profissionais do ensino, do pré-escolar e 1.º ciclo, vão começar a ser vacinados no próximo fim-de-semana, e a vacina contra a covid-19 vai chegar aos outros níveis de ensino à medida que forem desconfinando.

Manuel Heitor, que falava à margem da cerimónia do 35.º aniversário da Universidade e Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, reafirmou que o ensino presencial nas universidades e politécnicos vai “começar no dia 19 de Abril, se a condição pandémica assim o permitir”.

Adiantou ainda que foi elaborado um “programa de testagem sem qualquer tipo de encargos para as instituições de ensino superior ou para os estudantes, com o apoio da Cruz Vermelha Portuguesa”.

E lembrou que “está aberto, como sempre esteve, um programa de emergência para apoios sociais aos estudantes”.

“Penso que estamos no caminho certo para garantir cada vez mais a mobilização da sociedade portuguesa para o ensino superior”, salientou.

Segundo o governante, “este ano e pela primeira vez” há “mais de 51% dos jovens de 20 anos a estudar no ensino superior”.

“E é um percurso que nos deve orgulhar. Nos últimos cinco anos passamos de 40 para 50%, mas não chega, queremos chegar a 2030 com seis em cada 10 jovens no ensino superior e também aqui em Vila Real, Trás-os-Montes e Alto Douro”, afirmou.

E continuou: “Só com universidades como esta [UTAD] é que conseguimos lá chegar, mobilizando todas as regiões para a formação superior porque isso cria qualidade de vida e desenvolvimento económico”.

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