Obra já acabou e, em breve, será possível viver no antigo edifício do Diário de Notícias

Obra está concluída e falta apenas vender um terço dos apartamentos que ali foram construídos. O prédio, que albergou durante décadas a sede do jornal, está desde 1986 classificado como Imóvel de Interesse Público.

Foto
Rui Gaudencio/Arquivo

As obras que transformaram os interiores do antigo edifício do Diário de Notícias em apartamentos estão concluídas e dois terços das casas estão já vendidas, anunciou a Avenue, a empresa de promoção imobiliária responsável pela reabilitação.

Em comunicado, a empresa refere que foram vendidos mais de 65% do total de 34 apartamentos, que se distribuem por cinco pisos deste icónico prédio da Avenida da Liberdade, em Lisboa, onde durante décadas centenas de jornalistas escreveram as histórias que encheram as páginas do Diário de Notícias. A redacção deixou aquele prédio no final de Novembro de 2016, altura em que o edifício foi vendido ao grupo Avenue por 20 milhões de euros para ser adaptado a habitação e comércio

Foto
DR
Foto
DR

Depois de mais de dois anos de obras, o interior do prédio foi transformado em apartamentos com tipologias que variam entre o estúdio e o T5, com áreas que vão desde os 47 aos 406 metros quadrados — este último ocupará o último pisoOs preços dos estúdios começam nos 430 mil euros, segundo a informação da imobiliária Porta da Frente, que os está a comercializar. Os dois pisos subterrâneos, onde funcionou a impressão do jornal, terão 47 lugares de estacionamento privativo.

Foto
DR

Já o piso térreo foi transformado numa loja com 1300 metros quadrados, na qual se preservaram as obras que Almada Negreiros criou especialmente para o espaço: o “Grande Planisfério” e as “Quatro alegorias a Portugal e à Imprensa”. Questionada pelo PÚBLICO, a Avenue refere que existem já interessados neste espaço, “mas ainda não está finalizada nenhuma proposta” para a ocupação da loja.

Foto
DR

Este prédio foi projectado em 1936 pelo arquitecto Pardal Monteiro e construído de raiz para albergar os serviços do jornal, tendo sido inaugurado em 1940. Nesse mesmo ano, recebeu o Prémio Valmor, que premeia obras arquitectónicas que nascem em Lisboa. E está desde 1986 classificado como Imóvel de Interesse Público.

Por altura da apresentação à imprensa do projecto 266 Liberdade, em Junho de 2018, o director-geral da Avenue, Aniceto Viegas, garantiu que as fachadas originais seriam mantidas, assim como alguns elementos interiores.

Por ser um edifício duplamente classificado, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e a Câmara de Lisboa exigiram que alguns elementos fossem preservados: no exterior as suas letras góticas, assim como o néon tradicional; no interior, apesar de ter sido transformado em mais de três dezenas de apartamentos, as escadas, os corrimões com a sua cor original, as paredes com pormenores de mármore, os corredores, o elevador da época, assim como a porta rotativa de madeira da entrada pela Avenida da Liberdade foram mantidos. 

Foto
DR
Sugerir correcção
Comentar